Revisão de Clínica Médica da 1ª Etapa Revalida 2024/2

Revisão de Clínica Médica

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Hoje é o dia da revisão de Clínica Médica, uma área fundamental na prova do Revalida. Nessa revisão você vai se deparar com um apanhado de 3 temas que já foram cobrados em provas passadas, e com grande probabilidade de aparecerem novamente nesta edição, além de questões para treinar. Lembrando que a prova será aplicada no próximo domingo (25/08).

Além disso, estamos preparando um anúncio IMPERDÍVEL para você, candidato do Revalida Inep 2024/2, logo após a prova de primeira etapa no próximo domingo, fique sabendo de TUDO através do blog e redes sociais da Recurso Oficial. NÃO PERCA!

Outrossim, os temas escolhidos foram os seguintes:

  • Derrame Pleural
  • Hérnia
  • Tumor da Bexiga

Derrame Pleural

Definição e Etiologia

O derrame pleural é a acumulação anormal de líquido no espaço pleural, a cavidade entre as pleuras visceral e parietal que revestem os pulmões. Esse acúmulo pode ser resultado de uma variedade de condições, sendo as mais comuns: insuficiência cardíaca congestiva, infecções (como pneumonia), malignidades (como carcinoma de pulmão ou metástases pleurais), embolia pulmonar e doenças sistêmicas, como lúpus eritematoso sistêmico e síndrome nefrótica.

Fisiopatologia

O equilíbrio normal de líquido pleural é mantido por uma complexa interação entre a pressão hidrostática e oncótica nos capilares sistêmicos e pulmonares, bem como a permeabilidade das membranas pleurais. O derrame pleural ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção e a reabsorção de líquido pleural. As causas podem ser classificadas em transudativas e exsudativas, com base no mecanismo subjacente:

  1. Derrames Transudativos: Resultam de um aumento da pressão hidrostática ou uma diminuição da pressão oncótica no espaço pleural, sem comprometimento direto da permeabilidade capilar. Exemplos incluem insuficiência cardíaca congestiva e cirrose hepática.
  2. Derrames Exsudativos: Decorrem de uma lesão inflamatória da pleura ou do aumento da permeabilidade vascular, resultando em um acúmulo de líquido rico em proteínas e células. São observados em infecções (pneumonia, tuberculose), malignidades, embolia pulmonar, e doenças autoimunes.

Quadro Clínico

Os pacientes com derrame pleural podem ser assintomáticos, especialmente se o acúmulo de líquido for lento e progressivo. Entretanto, os sintomas mais comuns incluem:

  • Dispneia: Frequentemente o sintoma mais proeminente, resultante da compressão pulmonar pelo líquido.
  • Dor torácica: Geralmente pleurítica, isto é, uma dor aguda e lancinante que piora com a inspiração profunda.
  • Tosse seca: Pode estar presente devido à irritação da pleura.

Em casos de grande volume de derrame, pode ocorrer desvio do mediastino para o lado contralateral, resultando em comprometimento respiratório significativo.

Diagnóstico

O diagnóstico do derrame pleural baseia-se na correlação clínica e nos exames complementares:

  1. Exame Físico:
    • Diminuição ou ausência do murmúrio vesicular na área afetada.
    • Macicez à percussão.
    • Redução das vibrações vocais táteis.
  2. Exames de Imagem:
    • Radiografia de Tórax: Pode mostrar opacificação homogênea com obliteração dos seios costofrênicos. Derrames maiores podem causar deslocamento do mediastino.
    • Ultrassonografia: Muito sensível para detectar pequenos volumes de líquido e útil para guiar procedimentos invasivos.
    • Tomografia Computadorizada (TC): Utilizada para avaliar a presença de derrame pleural complexo, espessamento pleural, e características de malignidade.
  3. Toracocentese:
    • Procedimento diagnóstico e terapêutico onde o líquido pleural é aspirado para análise laboratorial.
    • Análise do Líquido Pleural: Critérios de Light são usados para diferenciar entre transudato e exsudato, baseados em parâmetros como a relação entre proteínas pleurais e séricas, DHL pleural e sérica.

Critérios de Light:

  • Exsudato: Proteínas no líquido pleural/soro > 0,5, DHL no líquido pleural/soro > 0,6, ou DHL pleural > 2/3 do limite superior do soro.
  • Transudato: Ausência de todos os critérios de exsudato.

Complicações

O derrame pleural pode levar a várias complicações, dependendo da etiologia e da velocidade de acúmulo do líquido:

  • Empiema: Infecção do líquido pleural, geralmente bacteriana, exigindo drenagem e terapia antimicrobiana.
  • Fibrose pleural: Espessamento da pleura, levando a restrição crônica do pulmão.
  • Pneumotórax: Pode ocorrer secundariamente a procedimentos invasivos, como toracocentese.

Tratamento

O manejo do derrame pleural depende da etiologia, volume de líquido e sintomas do paciente:

  1. Derrames Transudativos:
    • Tratamento da causa subjacente (ex.: diuréticos para insuficiência cardíaca).
    • Toracocentese terapêutica pode ser indicada em casos de grande volume com sintomas graves.
  2. Derrames Exsudativos:
    • Infecção: Antibioticoterapia baseada em cultura, drenagem de empiema se presente.
    • Malignidade: Quimioterapia, radioterapia, ou pleurodese, dependendo da extensão e sintomas.
    • Derrame paraneumônico: Drenagem se for complexo ou loculado.

Conclusão

O derrame pleural é uma condição clínica significativa, que requer avaliação diagnóstica cuidadosa e manejo individualizado. O entendimento dos mecanismos fisiopatológicos e das abordagens terapêuticas é essencial para o tratamento adequado e para a realização de um diagnóstico diferencial preciso durante a prática clínica, o que é fundamental para o sucesso no Revalida.

Este resumo fornece uma base sólida para os candidatos que se preparam para o Revalida 2024/02, abordando os aspectos mais relevantes e críticos da doença, essenciais para a avaliação objetiva e discursiva da prova.

Treine Seus Conhecimento em Derrame Pleural

Questão 1:
Qual das seguintes condições é mais comumente associada ao desenvolvimento de um derrame pleural transudativo?
A) Pneumonia bacteriana
B) Insuficiência cardíaca congestiva
C) Tuberculose pleural
D) Embolia pulmonar
E) Neoplasia pleural

Questão 2:
Qual dos seguintes exames de imagem é mais sensível para detectar pequenos volumes de líquido pleural e orientar procedimentos invasivos?
A) Radiografia de tórax
B) Tomografia computadorizada (TC)
C) Ultrassonografia
D) Ressonância magnética
E) Cintilografia pulmonar

Questão 3:
De acordo com os Critérios de Light, qual dos seguintes parâmetros indica um derrame pleural exsudativo?
A) Proteínas no líquido pleural/soro < 0,5
B) DHL no líquido pleural/soro > 0,6
C) DHL pleural < 2/3 do limite superior do soro
D) Relação proteínas pleurais/séricas < 0,5
E) Nenhum dos acima

Questão 4:
Qual das seguintes opções não é uma complicação comum do derrame pleural?
A) Empiema
B) Pneumotórax
C) Fibrose pleural
D) Atelectasia
E) Cardiomegalia

Questão 5:
Durante a avaliação do derrame pleural, qual sintoma é mais frequentemente relatado pelos pacientes?
A) Hemoptise
B) Dispneia
C) Febre
D) Sudorese noturna
E) Palpitações


Gabarito Comentado:

Questão 1: B) Insuficiência cardíaca congestiva
Comentário: A insuficiência cardíaca congestiva é a causa mais comum de derrame pleural transudativo, caracterizado por um aumento da pressão hidrostática nos capilares pulmonares.

Questão 2: C) Ultrassonografia
Comentário: A ultrassonografia é o exame mais sensível para detectar pequenos volumes de líquido pleural e é frequentemente usada para guiar toracocenteses.

Questão 3: B) DHL no líquido pleural/soro > 0,6
Comentário: Os Critérios de Light são usados para diferenciar entre derrames pleurais transudativos e exsudativos. Um dos critérios para exsudato é uma relação DHL pleural/soro maior que 0,6.

Questão 4: E) Cardiomegalia
Comentário: Cardiomegalia não é uma complicação do derrame pleural. As complicações mais comuns incluem empiema, pneumotórax e fibrose pleural.

Questão 5: B) Dispneia
Comentário: Dispneia é o sintoma mais frequentemente relatado por pacientes com derrame pleural, resultando da compressão do pulmão pelo acúmulo de líquido.

Questão Discursiva:

Explique os principais critérios diagnósticos e as implicações clínicas do derrame pleural exsudativo, abordando os mecanismos fisiopatológicos envolvidos, os achados laboratoriais típicos e as opções terapêuticas disponíveis.

Padrão de Resposta

Para diagnosticar um derrame pleural exsudativo, utilizam-se os Critérios de Light, que consideram a relação entre proteínas no líquido pleural e no soro (> 0,5), a relação entre DHL no líquido pleural e no soro (> 0,6), e DHL pleural > 2/3 do limite superior normal do soro. Exsudatos surgem devido ao aumento da permeabilidade capilar, geralmente por inflamações, infecções (como pneumonia) ou neoplasias. No exame laboratorial, observa-se um líquido rico em proteínas e células, podendo haver presença de agentes infecciosos ou células malignas. O tratamento é direcionado à causa subjacente e pode incluir toracocentese, antibióticos, drenagem torácica ou pleurodese, conforme o caso. A identificação precisa do tipo de derrame é crucial para o manejo adequado e o prognóstico do paciente.

Hérnia

Definição

A hérnia é uma protrusão de um órgão ou tecido através de uma abertura anormal na parede que normalmente o contém. As hérnias podem ocorrer em várias partes do corpo, sendo as mais comuns as abdominais, incluindo as inguinais, umbilicais, incisionais e femorais. Elas são classificadas de acordo com sua localização anatômica e as estruturas envolvidas.

Etiologia

As hérnias podem ser congênitas ou adquiridas. As congênitas resultam de defeitos no desenvolvimento da parede abdominal durante a vida intrauterina. As adquiridas, por sua vez, surgem em decorrência de fraqueza da parede muscular, associada a fatores como:

  • Esforço físico excessivo: Levantamento de peso, tosse crônica, constipação, ou atividades que aumentem a pressão intra-abdominal.
  • Obesidade: Aumento da pressão intra-abdominal devido ao excesso de tecido adiposo.
  • Gravidez: Também eleva a pressão intra-abdominal.
  • Idade avançada: Enfraquecimento muscular natural com o envelhecimento.
  • História de cirurgia abdominal prévia: Incisões cirúrgicas anteriores podem criar pontos de fraqueza na parede abdominal.

Classificação

  • Hérnia inguinal: É a mais comum e pode ser direta (atravessa a parede abdominal no triângulo de Hesselbach) ou indireta (atravessa o anel inguinal profundo, seguindo o trajeto do canal inguinal).
  • Hérnia umbilical: Ocorre quando o tecido abdominal se projeta através do umbigo.
  • Hérnia femoral: Mais comum em mulheres, ocorre abaixo do ligamento inguinal, onde o conteúdo herniário passa pelo canal femoral.
  • Hérnia incisional: Surge em locais de incisões cirúrgicas anteriores que não cicatrizaram adequadamente.
  • Hérnia epigástrica: Ocorre na linha média do abdome, entre o processo xifoide e o umbigo.

Fisiopatologia

A formação de uma hérnia resulta da combinação de uma abertura na fáscia (a camada de tecido conjuntivo que envolve os músculos) e de uma pressão intra-abdominal elevada. Quando essa abertura é suficientemente grande e a pressão suficientemente alta, o conteúdo intra-abdominal, como intestinos ou tecido adiposo, pode protruir através do defeito, formando a hérnia.

Se não tratada, a hérnia pode evoluir para complicações graves, como:

  • Encarceramento: O conteúdo herniário fica preso, não podendo ser reduzido de volta para a cavidade abdominal. Isso pode causar dor intensa e obstrução intestinal.
  • Estrangulamento: O encarceramento prolongado pode comprometer o suprimento sanguíneo do conteúdo herniário, levando à necrose do tecido.

Diagnóstico

O diagnóstico de hérnia é essencialmente clínico, baseado na história e exame físico do paciente. Os sinais e sintomas incluem:

  • Protuberância visível ou palpável: Especialmente ao aumento da pressão intra-abdominal, como durante tosse ou esforço.
  • Dor ou desconforto na região afetada: Agravada pelo esforço físico.
  • Redução espontânea ou manual da hérnia: A hérnia pode ser empurrada de volta para dentro da cavidade abdominal (hérnia redutível).

Em casos duvidosos, ou para avaliar complicações, pode-se utilizar exames de imagem como:

  • Ultrassonografia: Útil para avaliar hérnias pequenas ou em locais menos comuns.
  • Tomografia Computadorizada (TC): Indica-se em casos de hérnias complexas ou para avaliação pré-operatória.
  • Ressonância Magnética (RM): Usada raramente, geralmente em casos de difícil diagnóstico.

Tratamento

O tratamento das hérnias pode ser conservador ou cirúrgico, dependendo do tipo, tamanho e sintomas.

  • Tratamento Conservador:
    • Uso de cintas ou faixas: Para contenção temporária em pacientes inoperáveis ou como medida paliativa.
    • Observação: Para hérnias pequenas, assintomáticas ou em pacientes com alto risco cirúrgico.
  • Tratamento Cirúrgico:
    • Hernioplastia convencional: Reparação aberta da hérnia com sutura do defeito e, muitas vezes, uso de uma tela sintética para reforço da parede abdominal.
    • Hernioplastia laparoscópica: Técnica minimamente invasiva, indicada principalmente em hérnias bilaterais ou recidivantes. Permite menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida.
    • Reparo de hérnia estrangulada: Cirurgia de emergência necessária para evitar necrose e sépsis.

Complicações Pós-Operatórias

As complicações incluem:

  • Recorrência da hérnia: Incidência varia entre 1-10% dependendo da técnica cirúrgica e fatores do paciente.
  • Infecção da ferida cirúrgica: Pode ocorrer em até 10% dos casos, especialmente em cirurgias com colocação de tela.
  • Dor crônica: Persistência de dor na região operada, muitas vezes relacionada à lesão nervosa durante a cirurgia.

Prevenção

A prevenção de hérnias envolve medidas para reduzir a pressão intra-abdominal e fortalecer a parede abdominal, incluindo:

  • Manutenção de um peso saudável: Para diminuir a pressão abdominal.
  • Evitar levantamento de pesos excessivos: E adoção de técnicas adequadas ao levantar objetos pesados.
  • Tratamento de condições crônicas: Como tosse e constipação, que aumentam a pressão intra-abdominal.
  • Cuidados pós-operatórios adequados: Para evitar o desenvolvimento de hérnias incisionais.

Prognóstico

O prognóstico de uma hérnia é geralmente bom quando tratada de forma adequada. No entanto, hérnias não tratadas, ou complicadas por encarceramento ou estrangulamento, podem levar a complicações graves e até fatais.

Considerações Finais

A abordagem de uma hérnia requer um diagnóstico clínico cuidadoso e, na maioria dos casos, tratamento cirúrgico. A escolha do método cirúrgico depende de vários fatores, incluindo o tipo de hérnia, as condições clínicas do paciente e a presença de complicações. A prevenção e o manejo adequado das hérnias são fundamentais para evitar complicações a longo prazo e garantir uma boa qualidade de vida para os pacientes.

Esse resumo oferece uma visão abrangente sobre o tema, essencial para a preparação para o Revalida 2024/02, fornecendo as bases necessárias para a compreensão profunda e a aplicação clínica durante a prova.

Treine seus Conhecimento em Hérnia

Questão 1:
Um paciente de 60 anos apresenta uma protuberância visível na região inguinal, que aumenta de tamanho ao realizar esforço físico e é redutível manualmente. Qual é o diagnóstico mais provável? A) Hérnia umbilical
B) Hérnia femoral
C) Hérnia incisional
D) Hérnia epigástrica
E) Hérnia inguinal

Questão 2:
Qual das seguintes complicações é mais grave e exige intervenção cirúrgica imediata para evitar necrose e sépsis? A) Hérnia redutível
B) Encarceramento
C) Estrangulamento
D) Hérnia incisional
E) Dor crônica pós-operatória

Questão 3:
Um paciente com obesidade e histórico de cirurgia abdominal prévia tem maior risco de desenvolver qual tipo de hérnia? A) Hérnia umbilical
B) Hérnia femoral
C) Hérnia incisional
D) Hérnia inguinal direta
E) Hérnia epigástrica

Questão 4:
Qual é a técnica minimamente invasiva que permite menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida, especialmente indicada para hérnias bilaterais ou recidivantes? A) Hernioplastia convencional
B) Uso de cintas ou faixas
C) Observação
D) Hernioplastia laparoscópica
E) Reparo emergencial de hérnia estrangulada

Questão 5:
Entre as medidas preventivas para evitar o desenvolvimento de hérnias, qual das alternativas a seguir é INCORRETA? A) Manter um peso saudável
B) Evitar o levantamento de pesos excessivos
C) Utilizar cintas ou faixas de contenção em todas as situações
D) Tratar condições crônicas como tosse e constipação
E) Adotar cuidados pós-operatórios adequados

Gabarito Comentado

Questão 1: E) Hérnia inguinal
Comentário: A hérnia inguinal é a mais comum e é frequentemente caracterizada por uma protuberância na região inguinal que aumenta com o esforço físico e é redutível manualmente. As demais alternativas se referem a hérnias em localizações diferentes.

Questão 2: C) Estrangulamento
Comentário: O estrangulamento de uma hérnia é uma emergência cirúrgica, pois o comprometimento do fluxo sanguíneo pode levar à necrose do tecido herniado e subsequente sépsis. É a complicação mais grave em comparação com as demais alternativas.

Questão 3: C) Hérnia incisional
Comentário: Pacientes obesos e com história de cirurgia abdominal prévia têm maior risco de desenvolver hérnias incisionais, que ocorrem no local de uma incisão cirúrgica anterior que não cicatrizou adequadamente.

Questão 4: D) Hernioplastia laparoscópica
Comentário: A hernioplastia laparoscópica é uma técnica minimamente invasiva, indicada principalmente em casos de hérnias bilaterais ou recidivantes, e proporciona menor dor pós-operatória e recuperação mais rápida.

Questão 5: C) Utilizar cintas ou faixas de contenção em todas as situações
Comentário: O uso de cintas ou faixas de contenção não é uma medida preventiva recomendada para todas as situações. Elas são indicadas em casos específicos, como em pacientes inoperáveis ou como medida paliativa, mas não substituem outras práticas preventivas como o controle do peso e o tratamento de condições que aumentam a pressão intra-abdominal.

Questão Discursiva:

Explique os principais fatores de risco para o desenvolvimento de hérnias abdominais e descreva as possíveis complicações que podem ocorrer se uma hérnia não for tratada adequadamente.

Padrão de Resposta:

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de hérnias abdominais incluem idade avançada, histórico de cirurgia abdominal, obesidade, esforço físico excessivo, gravidez, tosse crônica e constipação. Esses fatores aumentam a pressão intra-abdominal ou enfraquecem a parede abdominal, facilitando a protrusão de órgãos ou tecidos através de uma abertura anormal. Se uma hérnia não for tratada, pode evoluir para complicações graves como encarceramento, onde o conteúdo herniário fica preso e não pode ser reduzido, e estrangulamento, que ocorre quando o suprimento sanguíneo ao conteúdo herniário é comprometido, levando à necrose tecidual e risco de sépsis, exigindo intervenção cirúrgica imediata.

Tumor da Bexiga

O tumor da bexiga, também conhecido como câncer de bexiga, é uma neoplasia maligna que se origina no epitélio urotelial, a camada interna da bexiga. É o quarto tipo mais comum de câncer em homens e o décimo primeiro em mulheres. A maioria dos tumores de bexiga são carcinomas uroteliais (transicionais), com uma menor incidência de carcinomas escamosos e adenocarcinomas.

Epidemiologia

O câncer de bexiga é mais prevalente em indivíduos acima dos 65 anos, com uma predominância significativa no sexo masculino. Fatores de risco conhecidos incluem tabagismo, exposição a substâncias químicas industriais (particularmente aminas aromáticas), histórico de infecção crônica da bexiga e exposição à radiação. Pacientes com história de tratamento prévio com ciclofosfamida e aqueles com esquistossomose também apresentam um risco aumentado.

Patogênese

A patogênese do câncer de bexiga envolve alterações genéticas e moleculares que afetam o ciclo celular. A via da p53 e a via do retinoblastoma (Rb) são frequentemente envolvidas. A mutação no gene FGFR3 é comum em tumores de baixo grau, enquanto alterações nos genes TP53 e RB1 são mais frequentemente encontradas em tumores de alto grau. A progressão do tumor ocorre geralmente através da invasão da lâmina própria, seguida de infiltração na camada muscular e, eventualmente, metástase.

Classificação

Os tumores de bexiga são classificados com base em seu grau histológico e estágio clínico:

  • Histológico: Tumores de baixo grau (bem diferenciados) e alto grau (pouco diferenciados).
  • Estadiamento (TNM):
    • Ta: Tumor papilar não invasivo.
    • T1: Tumor invade a lâmina própria.
    • T2: Tumor invade a camada muscular.
    • T3: Tumor invade a gordura perivesical.
    • T4: Tumor invade estruturas adjacentes (próstata, útero, vagina, parede pélvica, parede abdominal).

Manifestações Clínicas

O sintoma mais comum do câncer de bexiga é a hematúria macroscópica indolor, presente em aproximadamente 85% dos casos. Outros sintomas incluem disúria, urgência e frequência urinária. Em casos avançados, pode haver dor pélvica, edema dos membros inferiores (devido à obstrução linfática) e sintomas sistêmicos como perda de peso e fadiga.

Diagnóstico

O diagnóstico do tumor de bexiga é baseado em uma combinação de métodos clínicos e laboratoriais:

  • Cistoscopia: Exame padrão-ouro para detecção, permite a visualização direta do tumor e a biópsia.
  • Citologia urinária: Útil para detecção de células malignas, especialmente em tumores de alto grau.
  • Exames de imagem: Ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) são usados para avaliar a extensão do tumor e a presença de metástases.
  • Exame histopatológico: Após ressecção transuretral, o exame histopatológico confirma o tipo, grau e estágio do tumor.

Tratamento

O tratamento do câncer de bexiga depende do estágio e grau do tumor:

  • Tumores superficiais (Ta, T1): Ressecção transuretral do tumor (RTU) seguida de imunoterapia intravesical com BCG ou quimioterapia intravesical.
  • Tumores músculo-invasivos (T2-T4): Cistectomia radical com linfadenectomia pélvica é o tratamento padrão. Em alguns casos, a terapia neoadjuvante com quimioterapia baseada em cisplatina pode ser indicada.
  • Doença metastática: Quimioterapia sistêmica com regimes à base de cisplatina, imunoterapia com inibidores de checkpoint, como pembrolizumabe, é uma opção emergente.

Prognóstico

O prognóstico do câncer de bexiga varia conforme o estágio do tumor no diagnóstico. Tumores superficiais têm uma alta taxa de sobrevida, especialmente com seguimento adequado e tratamento adjuvante. Tumores músculo-invasivos ou metastáticos têm um prognóstico reservado, com taxas de sobrevida de 5 anos variando entre 20% a 40%, dependendo da resposta ao tratamento.

Seguimento

Pacientes com câncer de bexiga requerem seguimento rigoroso devido à alta taxa de recidiva, especialmente em tumores superficiais. A cistoscopia de controle é realizada regularmente, e exames de imagem podem ser necessários em casos de doença músculo-invasiva.

Considerações Finais

O tumor de bexiga é uma neoplasia comum e de manejo complexo, que requer uma abordagem multidisciplinar. O conhecimento dos fatores de risco, apresentação clínica e opções terapêuticas é essencial para o manejo adequado e o aumento das chances de sobrevida dos pacientes. A vigilância pós-tratamento é crucial para detectar recidivas precoces e melhorar os resultados a longo prazo.

Este resumo aborda os principais aspectos do tumor de bexiga, servindo como uma revisão abrangente para alunos se preparando para a prova do Revalida.

Treine seus Conhecimentos em Tumor da Bexiga

Questão 1
Qual é o fator de risco mais fortemente associado ao desenvolvimento de câncer de bexiga?
a) Consumo de álcool
b) Tabagismo
c) Dieta rica em gordura
d) Exposição ao amianto
e) Infecção por HPV

Questão 2
O sintoma mais comum do câncer de bexiga é:
a) Disúria
b) Hematúria macroscópica indolor
c) Dor lombar
d) Retenção urinária
e) Incontinência urinária

Questão 3
Qual é o exame padrão-ouro para o diagnóstico de câncer de bexiga?
a) Ultrassonografia
b) Tomografia Computadorizada
c) Citologia urinária
d) Cistoscopia
e) Ressonância Magnética

Questão 4
Em qual estágio do câncer de bexiga o tumor invade a camada muscular?
a) Ta
b) T1
c) T2
d) T3
e) T4

Questão 5
Qual é a principal modalidade terapêutica indicada para tumores de bexiga músculo-invasivos (T2-T4)?
a) Ressecção transuretral do tumor (RTU)
b) Imunoterapia intravesical com BCG
c) Quimioterapia intravesical
d) Cistectomia radical
e) Radioterapia isolada


Gabarito Comentado

Questão 1: b) Tabagismo
Comentário: O tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de bexiga, sendo responsável por cerca de 50% dos casos em homens e 30% em mulheres. Substâncias carcinogênicas presentes no cigarro são excretadas pela urina, onde entram em contato direto com o epitélio da bexiga, promovendo mutações.

Questão 2: b) Hematúria macroscópica indolor
Comentário: A hematúria macroscópica indolor é o sintoma mais comum e frequentemente o primeiro sinal de câncer de bexiga. Esse sintoma leva muitos pacientes a procurarem atendimento médico, sendo crucial para o diagnóstico precoce.

Questão 3: d) Cistoscopia
Comentário: A cistoscopia é o exame padrão-ouro para o diagnóstico de câncer de bexiga, pois permite a visualização direta do interior da bexiga e a obtenção de amostras para biópsia. Outros exames complementares são utilizados para estadiamento e planejamento do tratamento.

Questão 4: c) T2
Comentário: O estágio T2 indica que o tumor invadiu a camada muscular da bexiga, o que caracteriza uma neoplasia mais avançada, geralmente associada a um pior prognóstico e a necessidade de tratamentos mais agressivos, como cistectomia radical.

Questão 5: d) Cistectomia radical
Comentário: A cistectomia radical, associada à linfadenectomia pélvica, é o tratamento de escolha para tumores de bexiga músculo-invasivos (T2-T4). Esse procedimento oferece a melhor chance de cura para pacientes com essa condição, especialmente quando combinado com quimioterapia neoadjuvante em alguns casos.

Questão Discursiva:

Discuta a importância da cistectomia radical no tratamento do câncer de bexiga músculo-invasivo (T2-T4), destacando as indicações, possíveis complicações e impacto na sobrevida do paciente.

Padrão de Resposta:

A cistectomia radical é o tratamento de escolha para câncer de bexiga músculo-invasivo (T2-T4), pois oferece a melhor chance de cura ao remover a bexiga e linfonodos pélvicos. Indicações incluem invasão da camada muscular e ausência de metástases à distância. Complicações podem incluir disfunção sexual, estenose ureteral e incontinência urinária. A cirurgia, combinada com quimioterapia neoadjuvante em casos selecionados, melhora a sobrevida, especialmente em pacientes com tumores localmente avançados. A decisão terapêutica deve considerar o estado geral do paciente e possíveis impactos na qualidade de vida.

Ademais, confira a programação de revisão dos próximos dias:

  • 20/08 – Cirurgia Geral
  • 21/08 – Pediatria;
  • 22/08 – Ginecologia e Obstetrícia;
  • 23/08 – Medicina da Família e Comunidade.

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Por fim, estamos preparando um anúncio IMPERDÍVEL para você, candidato do Revalida Inep 2024/2. Logo após a prova prática do próximo domingo, fique sabendo de TUDO através do blog e redes sociais da ReCurso Oficial. NÃO PERCA! Essa surpresa pode representar a sua APROVAÇÃO.

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