Revisão de Ginecologia e Obstetrícia da 1ª Etapa Revalida 2024/2

revisao de ginecologia e obstetricia

Navegue pelo conteúdo

Hoje é o dia da revisão de Ginecologia e Obstetrícia, uma área fundamental na prova do Revalida. Nessa revisão você vai se deparar com um apanhado de 3 temas que já foram cobrados em provas passadas, e com grande probabilidade de aparecerem novamente nesta edição, além de questões para treinar. Lembrando que a prova será aplicada no próximo domingo (25/08).

Além disso, estamos preparando um anúncio IMPERDÍVEL para você, candidato do Revalida INEP 2024/2, logo após a prova de primeira etapa no próximo domingo, fique sabendo de TUDO através do blog e redes sociais da Recurso Oficial. NÃO PERCA!

Outrossim, os temas escolhidos foram os seguintes:

  • HPV;
  • Vulvovaginite;
  • Gravidez Ectópica

HPV

O Papilomavírus Humano (HPV) é um grupo de vírus pertencente à família Papillomaviridae, com mais de 200 tipos identificados, dos quais cerca de 40 podem infectar o trato anogenital. O HPV é considerado a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum globalmente, com uma prevalência significativa em jovens sexualmente ativos.

2. Epidemiologia O HPV é altamente prevalente em populações jovens, com pico de incidência em mulheres com idades entre 20 e 24 anos. Aproximadamente 80% das pessoas sexualmente ativas serão infectadas por HPV em algum momento de suas vidas. A infecção é frequentemente assintomática, o que contribui para sua disseminação. Existem tipos de HPV de alto risco (oncogênicos), como os tipos 16 e 18, que estão associados a mais de 70% dos casos de câncer cervical, bem como tipos de baixo risco, como 6 e 11, responsáveis por verrugas genitais.

3. Transmissão O HPV é transmitido principalmente por contato sexual, incluindo sexo vaginal, anal e oral. A transmissão pode ocorrer mesmo na ausência de sintomas clínicos, e o uso de preservativos, embora reduza o risco, não oferece proteção completa. A transmissão vertical (da mãe para o feto) também pode ocorrer durante o parto, embora seja menos comum.

4. Patogênese Após a infecção, o HPV atinge a camada basal do epitélio escamoso, onde pode se integrar ao DNA da célula hospedeira, especialmente nos tipos de alto risco. A expressão das oncoproteínas E6 e E7 interfere nos mecanismos de controle do ciclo celular, inativando proteínas supressoras tumorais como p53 e Rb (retinoblastoma), levando à transformação celular e, eventualmente, ao desenvolvimento de neoplasias intraepiteliais e câncer.

5. Manifestações Clínicas

  • Lesões Genitais: Os tipos de baixo risco, como HPV 6 e 11, estão associados a verrugas genitais, também conhecidas como condilomas acuminados. Essas lesões são benignas, mas podem causar desconforto físico e psicológico.
  • Lesões Pré-neoplásicas: Tipos de alto risco podem causar neoplasia intraepitelial cervical (NIC), que é classificada em três graus (NIC 1, 2, 3) dependendo da extensão da displasia epitelial. O NIC 3, ou carcinoma in situ, é considerado a última etapa antes do desenvolvimento de câncer invasivo.
  • Câncer: Além do câncer cervical, o HPV de alto risco está relacionado a cânceres de vulva, vagina, ânus, pênis e orofaringe.

6. Diagnóstico

  • Exame Clínico: As lesões podem ser visualizadas durante o exame físico, especialmente em áreas anogenitais.
  • Teste de Papanicolaou (Pap Test): Usado para rastreamento de alterações celulares cervicais. O Pap Test detecta células escamosas anormais que podem indicar a presença de HPV.
  • Teste de HPV: Identificação do DNA do HPV em amostras cervicais, utilizado principalmente para triagem de mulheres com resultado alterado no Pap Test e para definir a conduta em casos de NIC.
  • Colposcopia e Biópsia: Procedimentos utilizados para avaliação detalhada de lesões suspeitas e confirmação diagnóstica.

7. Prevenção

  • Vacinação: As vacinas profiláticas contra o HPV, como a quadrivalente (que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18) e a nonavalente (que cobre nove tipos, incluindo os de alto risco), são altamente eficazes na prevenção de infecções e doenças associadas. A vacinação é recomendada para meninas e meninos, idealmente antes do início da vida sexual, geralmente aos 9-14 anos.
  • Triagem e Rastreamento: O rastreamento regular com testes de Pap e testes de HPV para mulheres é fundamental para a detecção precoce de lesões pré-cancerosas e câncer.
  • Educação e Uso de Preservativos: Informar sobre o HPV e promover o uso de preservativos são medidas adicionais para reduzir a transmissão.

8. Tratamento

  • Lesões Benignas: As verrugas genitais podem ser tratadas com crioterapia, ácido tricloroacético, laser ou excisão cirúrgica. No entanto, a recorrência é comum.
  • Lesões Pré-neoplásicas: O manejo depende do grau da lesão. Lesões de baixo grau (NIC 1) podem ser monitoradas com repetição de exames, enquanto lesões de alto grau (NIC 2/3) geralmente requerem tratamento ablativo ou excisional, como a conização.
  • Câncer Invasivo: O tratamento inclui cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia, dependendo do estágio do câncer e do local afetado.

9. Prognóstico O prognóstico para infecções por HPV varia. A maioria das infecções por HPV são transitórias e resolvem espontaneamente, especialmente em jovens. Lesões de baixo grau têm uma alta taxa de regressão espontânea, enquanto lesões de alto grau têm um risco significativo de progressão para câncer, especialmente se não tratadas adequadamente.

10. Considerações Finais O HPV continua a ser uma preocupação significativa em saúde pública, dadas as suas implicações em cânceres de difícil tratamento. A prevenção, através da vacinação e do rastreamento regular, é a principal estratégia para controlar a carga da doença. O manejo adequado das lesões causadas pelo HPV é essencial para prevenir o avanço para condições mais graves.

Este resumo visa proporcionar uma visão abrangente sobre o HPV, destacando os aspectos clínicos, diagnósticos e preventivos, fundamentais para a prática médica e para o preparo para o Revalida.

Treine seus Conhecimentos

1. Qual é o principal mecanismo de patogênese do HPV de alto risco, como os tipos 16 e 18, no desenvolvimento de câncer cervical?

A) A inibição da apoptose celular por meio da proteína p53.

B) A integração do DNA viral ao DNA da célula hospedeira e a expressão das oncoproteínas E6 e E7.

C) A indução de mutações somáticas no DNA da célula hospedeira.

D) A ativação da resposta imunológica que resulta em inflamação crônica.

E) A produção de toxinas virais que levam à destruição celular.


2. Qual das seguintes afirmações sobre a vacina contra o HPV é correta?

A) A vacina quadrivalente protege contra os tipos 16, 18, 31 e 33 de HPV.

B) A vacinação é recomendada apenas para mulheres, devido à maior incidência de câncer cervical.

C) A vacina contra o HPV é mais eficaz quando administrada em indivíduos que já foram expostos ao vírus.

D) A vacinação é recomendada idealmente antes do início da vida sexual, entre 9 e 14 anos.

E) A vacina nonavalente oferece proteção contra todos os tipos de HPV.


3. Em relação às manifestações clínicas do HPV, é correto afirmar que:

A) Todos os tipos de HPV causam lesões malignas, como o câncer cervical.

B) Tipos de baixo risco, como HPV 6 e 11, estão associados principalmente a verrugas genitais.

C) As verrugas genitais causadas por HPV 16 e 18 são as mais comuns.

D) O HPV é responsável apenas por lesões na área anogenital.

E) As lesões causadas pelo HPV raramente apresentam risco de recorrência após tratamento.


4. Qual dos seguintes métodos é utilizado para o diagnóstico precoce de neoplasia intraepitelial cervical associada ao HPV?

A) Ultrassonografia transvaginal.

B) Biópsia de linfonodos pélvicos.

C) Teste de Papanicolaou (Pap Test).

D) Teste de Schiller.

E) Imunohistoquímica para detecção de p53.


5. Em relação ao tratamento das lesões causadas pelo HPV, é correto afirmar que:

A) As lesões de baixo grau (NIC 1) devem ser sempre tratadas com excisão cirúrgica imediata.

B) Lesões causadas por HPV de baixo risco devem ser tratadas com quimioterapia.

C) A conização é um procedimento utilizado no tratamento de lesões de alto grau (NIC 2/3).

D) As verrugas genitais causadas por HPV devem ser tratadas apenas com observação e acompanhamento.

E) O tratamento das lesões causadas por HPV de alto risco geralmente envolve imunoterapia.


Gabarito Comentado

1. B) A integração do DNA viral ao DNA da célula hospedeira e a expressão das oncoproteínas E6 e E7.
Comentário: O principal mecanismo de patogênese do HPV de alto risco é a integração do DNA viral ao DNA da célula hospedeira, o que leva à expressão das oncoproteínas E6 e E7. Essas proteínas interferem no controle do ciclo celular, inativando proteínas supressoras tumorais, como p53 e Rb, facilitando a transformação maligna das células.

2. D) A vacinação é recomendada idealmente antes do início da vida sexual, entre 9 e 14 anos.
Comentário: A vacina contra o HPV é mais eficaz quando administrada antes da exposição ao vírus, ou seja, idealmente antes do início da vida sexual. A vacinação é recomendada tanto para meninas quanto para meninos nessa faixa etária.

3. B) Tipos de baixo risco, como HPV 6 e 11, estão associados principalmente a verrugas genitais.
Comentário: Os tipos de HPV de baixo risco, como 6 e 11, são responsáveis principalmente pelas verrugas genitais, que são lesões benignas e não associadas ao câncer cervical.

4. C) Teste de Papanicolaou (Pap Test).
Comentário: O Teste de Papanicolaou, ou Pap Test, é amplamente utilizado para o diagnóstico precoce de neoplasias intraepiteliais cervicais (NIC) associadas ao HPV, permitindo a detecção de células escamosas anormais.

5. C) A conização é um procedimento utilizado no tratamento de lesões de alto grau (NIC 2/3).
Comentário: A conização é um procedimento cirúrgico utilizado para tratar lesões de alto grau, como NIC 2 e 3, removendo a porção afetada do colo do útero e prevenindo a progressão para câncer invasivo.

Questão:
Discuta a importância da vacinação contra o HPV na prevenção de cânceres relacionados ao vírus, destacando os principais tipos de HPV envolvidos e as faixas etárias recomendadas para a imunização.

Padrão de Resposta (até 10 linhas):

A vacinação contra o HPV é crucial na prevenção de cânceres relacionados ao vírus, especialmente o câncer cervical, que é predominantemente causado pelos tipos de alto risco 16 e 18. A vacina quadrivalente, que também protege contra os tipos 6 e 11 (associados a verrugas genitais), e a vacina nonavalente, que cobre mais tipos oncogênicos, são altamente eficazes na redução da incidência dessas doenças. A imunização é recomendada para meninas e meninos antes do início da vida sexual, idealmente entre 9 e 14 anos, para maximizar a proteção antes da exposição ao vírus. A implementação ampla da vacinação tem o potencial de reduzir significativamente a carga global de cânceres associados ao HPV.

Vulvovaginite

A vulvovaginite é a inflamação da vulva e da vagina, sendo uma das queixas ginecológicas mais comuns em crianças pré-púberes. Esta condição pode resultar de diversas causas, incluindo infecções, irritações químicas ou físicas e condições dermatológicas.

2. Etiologia

As causas da vulvovaginite em pediatria podem ser divididas em infecciosas e não infecciosas:

  • Infecciosas:
    • Bacterianas: Streptococcus pyogenes, Haemophilus influenzae, Neisseria gonorrhoeae, Staphylococcus aureus.
    • Virais: Vírus do herpes simples (HSV), papilomavírus humano (HPV).
    • Fúngicas: Candida albicans (mais comum em adolescentes, raro em crianças pré-púberes).
    • Parasitas: Enterobius vermicularis (oxiurose), Trichomonas vaginalis.
  • Não Infecciosas:
    • Irritantes: Sabonetes perfumados, detergentes, roupas sintéticas.
    • Alérgicas: Reações a produtos químicos, tecidos, ou medicamentos tópicos.
    • Trauma: Abuso sexual, trauma acidental.
    • Condições dermatológicas: Dermatite atópica, psoríase, líquen escleroso.

3. Fisiopatologia

Em crianças pré-púberes, a mucosa vaginal é fina e carente de estrógeno, o que diminui a secreção de glicogênio e reduz a colonização por Lactobacillus, tornando o ambiente vaginal mais alcalino. Essas características tornam a vagina mais suscetível a infecções e irritações.

4. Quadro Clínico

Os sinais e sintomas mais comuns da vulvovaginite incluem:

  • Prurido vulvar e vaginal.
  • Eritema e edema da vulva.
  • Corrimento vaginal, que pode ser seroso, purulento, ou sanguinolento.
  • Disúria (dor ao urinar), devido à irritação vulvar.
  • Dispareunia, embora rara em crianças pré-púberes.

Nos casos infecciosos, o corrimento pode variar conforme o agente etiológico:

  • Streptococcus pyogenes: Corrimento vaginal purulento, prurido intenso.
  • Candida albicans: Corrimento branco, espesso, associado a prurido.
  • Trichomonas vaginalis: Corrimento amarelo-esverdeado, espumoso.

5. Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado na história e exame físico. No entanto, em casos duvidosos ou persistentes, os seguintes exames complementares podem ser indicados:

  • Exame de secreção vaginal: Para identificar a presença de leucócitos, hifas, esporos, e para determinação do pH vaginal.
  • Cultura de secreção vaginal: Indicada em casos suspeitos de infecção bacteriana ou em casos não responsivos ao tratamento inicial.
  • Testes para DSTs: Quando há suspeita de abuso sexual ou em adolescentes.

6. Tratamento

O tratamento da vulvovaginite varia conforme a etiologia:

  • Medidas gerais:
    • Higiene adequada, com uso de água morna para a limpeza da área genital, evitando sabonetes perfumados e produtos irritantes.
    • Uso de roupas íntimas de algodão, evitando tecidos sintéticos e roupas apertadas.
    • Banhos de assento com solução de bicarbonato de sódio podem ser indicados para aliviar o prurido e irritação.
  • Tratamento específico:
    • Bacteriana: Antibióticos sistêmicos ou tópicos, dependendo do agente isolado.
    • Fúngica: Antifúngicos tópicos, como nistatina ou clotrimazol, são eficazes. Nos casos recorrentes, pode ser necessário tratamento sistêmico com fluconazol.
    • Parasitária: Antiparasitários orais, como albendazol, para tratar oxiuríase.

7. Prevenção

A educação sobre higiene genital é crucial para prevenir episódios de vulvovaginite. Recomenda-se:

  • Evitar o uso de sabonetes perfumados ou produtos químicos na área genital.
  • Incentivar a troca frequente de roupas íntimas.
  • Ensinar as crianças a limpar a área genital corretamente, de frente para trás, após evacuações.

8. Considerações Finais

A vulvovaginite em pediatria é uma condição comum que requer uma abordagem diagnóstica cuidadosa para diferenciar causas infecciosas de não infecciosas. A terapia deve ser direcionada à causa subjacente, com ênfase em medidas gerais de higiene e uso criterioso de medicamentos.

Este resumo oferece uma visão abrangente da vulvovaginite em crianças, abordando aspectos cruciais para a compreensão do quadro clínico e manejo da condição, especialmente em contexto de preparação para o Revalida.

Treine Seus Conhecimentos

Questão 1:
Qual das seguintes características torna a mucosa vaginal de crianças pré-púberes mais suscetível a infecções e irritações?
A) Alta secreção de glicogênio
B) Predominância de Lactobacillus
C) Ambiente vaginal ácido
D) Mucosa vaginal espessa
E) Ausência de estrógeno

Questão 2:
Sobre a etiologia da vulvovaginite em pediatria, é CORRETO afirmar que:
A) Candida albicans é a causa mais comum em crianças pré-púberes.
B) Trichomonas vaginalis é frequentemente encontrado em crianças pré-púberes.
C) Enterobius vermicularis pode causar vulvovaginite devido à migração dos parasitas.
D) Haemophilus influenzae é um agente viral comumente envolvido.
E) Irritantes como detergentes raramente estão associados a vulvovaginite.

Questão 3:
Qual das alternativas abaixo NÃO é uma recomendação preventiva para a vulvovaginite em crianças?
A) Evitar o uso de roupas íntimas de tecidos sintéticos.
B) Promover a higiene correta da área genital, limpando de frente para trás.
C) Uso de sabonetes perfumados para a limpeza da área genital.
D) Trocar frequentemente as roupas íntimas.
E) Evitar banhos de assento com produtos químicos irritantes.

Questão 4:
Em relação ao tratamento da vulvovaginite causada por Candida albicans em crianças, a terapêutica indicada é:
A) Antibióticos orais como amoxicilina.
B) Antifúngicos tópicos como clotrimazol.
C) Antivirais tópicos como aciclovir.
D) Corticoides tópicos como hidrocortisona.
E) Antiparasitários orais como albendazol.

Questão 5:
Qual das seguintes condições está corretamente associada ao seu respectivo agente etiológico no contexto da vulvovaginite em pediatria?
A) Streptococcus pyogenes – Corrimento branco espesso
B) Trichomonas vaginalis – Corrimento purulento
C) Candida albicans – Corrimento amarelo-esverdeado espumoso
D) Enterobius vermicularis – Prurido vulvar
E) Haemophilus influenzae – Eritema vulvar e corrimento inodoro

Gabarito Comentado

Questão 1:
Resposta: E) Ausência de estrógeno
Comentário: A ausência de estrógeno em crianças pré-púberes resulta em uma mucosa vaginal fina e menos resistente, com menor secreção de glicogênio e uma microbiota diferente, tornando a mucosa mais vulnerável a infecções e irritações.

Questão 2:
Resposta: C) Enterobius vermicularis pode causar vulvovaginite devido à migração dos parasitas.
Comentário: Enterobius vermicularis, causador da oxiurose, pode migrar do ânus para a região vaginal, causando vulvovaginite. As demais alternativas estão incorretas, pois Candida albicans é rara em pré-púberes, Trichomonas também não é comum nessa faixa etária, Haemophilus influenzae é bacteriano, não viral, e irritantes químicos são causas comuns, não raras.

Questão 3:
Resposta: C) Uso de sabonetes perfumados para a limpeza da área genital.
Comentário: O uso de sabonetes perfumados deve ser evitado, pois pode irritar a mucosa vaginal e contribuir para a ocorrência de vulvovaginite.

Questão 4:
Resposta: B) Antifúngicos tópicos como clotrimazol.
Comentário: O tratamento de vulvovaginite por Candida albicans em crianças geralmente envolve o uso de antifúngicos tópicos, como clotrimazol. Antibióticos, antivirais, corticoides, e antiparasitários não são indicados para infecções fúngicas.

Questão 5:
Resposta: D) Enterobius vermicularis – Prurido vulvar
Comentário: Enterobius vermicularis é frequentemente associado a prurido vulvar devido à migração dos parasitas. As outras associações estão incorretas: Streptococcus pyogenes pode causar corrimento purulento, Candida albicans causa corrimento branco espesso, e Trichomonas vaginalis causa corrimento amarelo-esverdeado espumoso.

Questão:
Explique a importância da higiene adequada e do uso de medidas preventivas no manejo da vulvovaginite em crianças pré-púberes, detalhando como essas práticas podem influenciar o curso da doença e prevenir recidivas.

Padrão de Resposta

A higiene adequada é fundamental no manejo da vulvovaginite em crianças pré-púberes devido à maior vulnerabilidade da mucosa vaginal nessa faixa etária. A limpeza correta, com água morna e sem o uso de sabonetes perfumados, ajuda a prevenir irritações e infecções secundárias. O uso de roupas íntimas de algodão e a troca frequente também reduzem o risco de irritação e proliferação de agentes patogênicos. Além disso, ensinar a limpeza da área genital de frente para trás evita a contaminação por patógenos intestinais. Essas medidas preventivas são cruciais para evitar recidivas e promover a saúde vaginal a longo prazo.

Gravidez Ectópica

A gravidez ectópica é definida como a implantação do embrião fora da cavidade uterina, sendo a localização mais comum a tuba uterina (97% dos casos). Outras localizações incluem ovário, cavidade abdominal e cérvix. A incidência global é estimada em aproximadamente 1-2% de todas as gestações, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade materna no primeiro trimestre.

Fatores de Risco: Os principais fatores de risco para a gravidez ectópica incluem:

  • Doença Inflamatória Pélvica (DIP): A infecção por Chlamydia trachomatis ou Neisseria gonorrhoeae pode levar à inflamação das tubas uterinas, resultando em aderências e obstruções tubárias que aumentam o risco de implantação ectópica.
  • Cirurgias Tubárias: Anterior salpingectomia ou cirurgias para reversão de laqueadura tubária são associadas a um risco elevado de gravidez ectópica.
  • História Prévia de Gravidez Ectópica: Mulheres que já tiveram uma gravidez ectópica têm um risco aumentado de recorrência.
  • Uso de Técnicas de Reprodução Assistida: Fertilização in vitro (FIV) e outros procedimentos relacionados podem aumentar o risco de implantação fora da cavidade uterina.
  • Tabagismo: O tabagismo está associado a um aumento no risco devido à alteração na motilidade ciliar das tubas uterinas.

Fisiopatologia: A gravidez ectópica ocorre quando há uma falha na migração do embrião até a cavidade uterina. Essa falha pode ser causada por alterações na motilidade das tubas, inflamação ou obstrução tubária. Em uma gravidez tubária, a tuba não é capaz de suportar o crescimento do embrião, levando a um risco significativo de ruptura e hemorragia interna, o que pode resultar em choque hipovolêmico e óbito materno se não tratado a tempo.

Quadro Clínico: Os sintomas clássicos de uma gravidez ectópica incluem:

  • Dor Abdominal: Geralmente unilateral e localizada na região pélvica ou abdominal inferior. Pode ser constante ou intermitente.
  • Sangramento Vaginal: Sangramento leve, escuro e irregular é comum. Este sangramento pode ser confundido com menstruação irregular.
  • Atraso Menstrual: Pode haver um atraso menstrual ou menstruação anormal.
  • Sinais de Ruptura Tubária: Em casos de ruptura, a paciente pode apresentar dor abdominal severa, sinais de choque (taquicardia, hipotensão), dor referida no ombro (devido à irritação do nervo frênico pela hemoperitôneo) e perda de consciência.

Diagnóstico: O diagnóstico de gravidez ectópica é feito através de uma combinação de história clínica, exame físico, dosagem sérica de beta-hCG e ultrassonografia transvaginal.

  • Beta-hCG: Em uma gravidez ectópica, os níveis de beta-hCG geralmente são mais baixos do que em uma gestação intrauterina normal e aumentam de forma anormalmente lenta. Um aumento inadequado de beta-hCG (menos de 66% em 48 horas) levanta a suspeita de gravidez ectópica.
  • Ultrassonografia Transvaginal: A ultrassonografia é o exame de escolha. A ausência de um saco gestacional intrauterino quando o beta-hCG sérico é superior a 1500-2000 mUI/mL (nível discriminatório) é altamente sugestiva de gravidez ectópica. A presença de uma massa anexial e líquido livre na cavidade abdominal são achados indicativos.

Tratamento: O tratamento da gravidez ectópica pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo do quadro clínico da paciente, localização e tamanho da ectopia, níveis de beta-hCG e a presença ou ausência de ruptura tubária.

  • Tratamento Clínico: O metotrexato é o tratamento medicamentoso de escolha para gravidez ectópica não complicada. É indicado para pacientes hemodinamicamente estáveis, com beta-hCG inferior a 5000 mUI/mL e sem evidência de ruptura. O tratamento envolve a administração de uma dose única ou múltiplas doses de metotrexato, com monitoramento subsequente dos níveis de beta-hCG para confirmar a resolução da gravidez ectópica.
  • Tratamento Cirúrgico: A cirurgia é indicada em casos de instabilidade hemodinâmica, ruptura tubária ou quando o tratamento clínico falha. As opções cirúrgicas incluem salpingostomia (preservação da tuba) ou salpingectomia (remoção da tuba afetada). A via laparoscópica é preferida na maioria dos casos, pois oferece menor morbidade e recuperação mais rápida.

Prognóstico e Complicações: O prognóstico depende do diagnóstico e tratamento precoces. Se não tratada, a gravidez ectópica pode resultar em ruptura tubária, hemorragia interna grave e óbito materno. O tratamento adequado geralmente resulta em uma recuperação completa, mas o risco de recorrência de gravidez ectópica é aumentado. Além disso, a fertilidade futura pode ser comprometida, especialmente se houver a necessidade de salpingectomia bilateral.

Prevenção: A prevenção da gravidez ectópica envolve a redução dos fatores de risco, como tratamento adequado de infecções pélvicas, cessação do tabagismo e cuidado no uso de técnicas de reprodução assistida. Além disso, a educação em saúde para a detecção precoce e o tratamento das condições que predispõem à gravidez ectópica é fundamental.

Conclusão: A gravidez ectópica é uma emergência obstétrica que requer diagnóstico precoce e manejo adequado para evitar complicações graves. A compreensão dos fatores de risco, fisiopatologia, quadro clínico, diagnóstico e opções de tratamento é essencial para o manejo eficaz dessa condição. A abordagem multidisciplinar e o acompanhamento adequado podem melhorar o prognóstico e preservar a fertilidade futura da paciente.

Treine Seus Conhecimentos

Questão 1:
Qual dos seguintes é o principal fator de risco para o desenvolvimento de uma gravidez ectópica?

a) Uso de anticoncepcionais orais
b) Histórico de cesariana anterior
c) Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
d) Endometriose
e) Histórico de hipertensão arterial

Questão 2:
Em relação à fisiopatologia da gravidez ectópica, a falha na migração do embrião até a cavidade uterina pode ser causada por:

a) Alterações na produção de hormônios ovarianos
b) Diminuição na motilidade das tubas uterinas
c) Disfunção no miométrio
d) Aumento na espessura do endométrio
e) Falha na formação do corpo lúteo

Questão 3:
Qual é o exame de imagem de escolha para o diagnóstico de gravidez ectópica?

a) Ultrassonografia abdominal
b) Ressonância magnética
c) Ultrassonografia transvaginal
d) Tomografia computadorizada
e) Histeroscopia

Questão 4:
Uma paciente com suspeita de gravidez ectópica tem beta-hCG sérico de 1800 mUI/mL e uma ultrassonografia transvaginal que não mostra saco gestacional intrauterino. Qual é a próxima conduta mais apropriada?

a) Repetir o beta-hCG em 48 horas
b) Realizar curetagem uterina
c) Iniciar tratamento com metotrexato
d) Indicar laparotomia exploradora
e) Observar e reavaliar em uma semana

Questão 5:
Em uma gravidez ectópica tratada com metotrexato, qual dos seguintes é um sinal de que o tratamento está sendo eficaz?

a) Aumento dos níveis de beta-hCG em 48 horas
b) Manutenção dos níveis de beta-hCG por 7 dias
c) Queda dos níveis de beta-hCG em pelo menos 15% em 4-7 dias
d) Aparição de dor abdominal severa
e) Persistência do saco gestacional na ultrassonografia após 7 dias

Gabarito Comentado

Questão 1: c) Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
Comentário: A Doença Inflamatória Pélvica é um dos principais fatores de risco para gravidez ectópica devido às possíveis alterações e obstruções que pode causar nas tubas uterinas.

Questão 2: b) Diminuição na motilidade das tubas uterinas
Comentário: A fisiopatologia da gravidez ectópica frequentemente envolve uma diminuição na motilidade das tubas, o que impede o embrião de alcançar a cavidade uterina.

Questão 3: c) Ultrassonografia transvaginal
Comentário: A ultrassonografia transvaginal é o exame de escolha para o diagnóstico de gravidez ectópica, permitindo uma visualização detalhada das estruturas pélvicas e a identificação de massas anexiais.

Questão 4: c) Iniciar tratamento com metotrexato
Comentário: Dada a ausência de saco gestacional intrauterino e o nível de beta-hCG, o tratamento com metotrexato é apropriado para uma gravidez ectópica não complicada, especialmente se a paciente estiver estável.

Questão 5: c) Queda dos níveis de beta-hCG em pelo menos 15% em 4-7 dias
Comentário: Uma queda nos níveis de beta-hCG em pelo menos 15% em 4-7 dias é indicativa de que o tratamento com metotrexato está sendo eficaz na resolução da gravidez ectópica.

Questão:
Descreva os critérios que orientam a escolha entre tratamento medicamentoso e tratamento cirúrgico na gestão da gravidez ectópica, destacando os principais fatores que influenciam essa decisão.

Padrão de Resposta:

A escolha entre tratamento medicamentoso, geralmente com metotrexato, e tratamento cirúrgico na gravidez ectópica depende de vários fatores. O tratamento medicamentoso é indicado para pacientes hemodinamicamente estáveis, com beta-hCG inferior a 5000 mUI/mL, ausência de batimentos cardíacos embrionários e sem sinais de ruptura tubária. Pacientes com gravidez ectópica pequena e sem contraindicações ao uso de metotrexato também são candidatas ao tratamento clínico. Por outro lado, o tratamento cirúrgico é preferido em casos de instabilidade hemodinâmica, suspeita ou confirmação de ruptura tubária, ou falha do tratamento clínico. A via laparoscópica é geralmente a primeira escolha cirúrgica, proporcionando menor morbidade e recuperação mais rápida.

Confira as demais revisões

  • Clínica Médica – Clique aqui.
  • Cirurgia Geral – Clique aqui.
  • Pediatria – Clique aqui.

Outrossim, para mais dicas, atualizações e conteúdos exclusivos sobre o mundo do Revalida, siga nosso perfil no Instagram. Enquanto isso, não perca nenhuma novidade e esteja sempre preparado para as provas do Revalida. 

Por fim, estamos preparando um anúncio IMPERDÍVEL para você, candidato do Revalida Inep 2024/2. Logo após a prova prática do próximo domingo, fique sabendo de TUDO através do blog e redes sociais da ReCurso Oficial. NÃO PERCA! Essa surpresa pode representar a sua APROVAÇÃO.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *