Nova Matriz de Referência Comum INEP: entenda o que muda

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O INEP publicou a Portaria nº 478/2025, que entra em vigor no dia 1º de agosto de 2025, instituindo a chamada Matriz de Referência Comum INEP para Avaliação da Formação Médica. Essa matriz passa a ser a base oficial dos exames aplicados para avaliar médicos no Brasil, especialmente o Revalida (para médicos formados no exterior) e o Enamed (avaliador dos cursos nacionais).

O documento representa um novo marco para a educação médica, pois busca uniformizar as exigências avaliativas em nível nacional e alinhar o perfil do médico brasileiro ao que preveem as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs). A seguir, você confere os principais pontos dessa mudança — e como ela deve impactar a sua preparação.

O que é a Matriz de Referência Comum INEP?

A Matriz é um documento que organiza o que será avaliado na formação médica. Ela descreve:

  • As competências essenciais que o médico precisa desenvolver durante a graduação;
  • Os domínios de atuação exigidos na prática clínica;
  • Os cenários de cuidado e os níveis de complexidade que serão utilizados como base para formulação de questões e simulações nas provas.

Trata-se de um modelo que aproxima os exames nacionais da lógica das avaliações internacionais como o USMLE (EUA), PLAB (Reino Unido) e MCCQE (Canadá).

A quem se aplica?

A matriz de Referência Comum INEP passa a orientar diretamente os seguintes exames:

  • Revalida INEP: para revalidação de diplomas de medicina expedidos no exterior;
  • Enamed: exame nacional que avalia a qualidade dos cursos de Medicina brasileiros.

Ambos os exames, até então conduzidos com estruturas diferentes, passarão a partilhar o mesmo referencial avaliativo.

Quais os princípios que orientam?

A Matriz de Referência Comum INEP foi construída com base em três grandes fundamentos:

  1. Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) de Medicina: documento que define o perfil do egresso esperado e os conteúdos mínimos de formação.
  2. Modelos internacionais de competência médica: a matriz toma emprestadas as categorias de avaliação usadas em exames de países com sistemas robustos.
  3. Realidade do SUS e das políticas de saúde pública brasileiras: a matriz foca em práticas contextualizadas na saúde coletiva, na atenção primária e nos desafios epidemiológicos locais.

Quais são os EIXOS que estruturam?

A Matriz de Referência Comum INEP está dividida em quatro eixos estruturantes, que refletem o perfil de atuação médica esperado:

1. Atenção à Saúde

É o eixo mais abrangente e representa a capacidade do médico de atuar no cuidado individual e coletivo, com foco na resolução de problemas clínicos em todos os níveis de atenção.

Inclui:

  • Acolhimento e escuta qualificada;
  • Avaliação clínica inicial e raciocínio diagnóstico;
  • Indicação e interpretação de exames;
  • Abordagem terapêutica inicial e conduta de seguimento;
  • Tomada de decisão em situações agudas e crônicas;
  • Encaminhamentos apropriados.

2. Gestão em Saúde

Avalia a capacidade do médico de se inserir e atuar de forma propositiva nos serviços de saúde, principalmente no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

Inclui:

  • Conhecimento das redes de atenção;
  • Participação em equipes multiprofissionais;
  • Princípios de regulação, vigilância, protocolos e linhas de cuidado;
  • Planejamento de ações em saúde coletiva;
  • Uso racional de recursos.

3. Educação em Saúde

Avalia a postura crítica e a habilidade do egresso em buscar conhecimento contínuo e compartilhar saberes com pacientes, equipes e comunidades.

Inclui:

  • Leitura crítica de literatura científica;
  • Promoção de educação em saúde;
  • Avaliação e comunicação de riscos;
  • Capacidade de ensinar e orientar equipes e pacientes.

4. Ética e Profissionalismo

Avalia a conduta do médico em termos de responsabilidade ética, humanismo, empatia, sigilo, limites de atuação e postura diante da diversidade.

Inclui:

  • Respeito à autonomia do paciente;
  • Tomada de decisão ética;
  • Postura profissional diante de conflitos;
  • Respeito à diversidade cultural e de gênero;
  • Atuação dentro dos limites da competência profissional.

Como essas competências se desdobram nas provas?

A partir desses eixos, foram definidas:

  • 22 competências médicas gerais;
  • 132 habilidades específicas.

Essas competências passam a ser os parâmetros oficiais para construção das questões objetivas, discursivas e estações práticas do Revalida e do Enamed.

Ou seja: as questões não serão mais centradas apenas em temas isolados, como “diabetes” ou “asma”, mas em situações clínicas que exigem uma resposta integrada, como:

Você é o médico de uma UBS. Uma paciente de 55 anos chega com queixa de dor abdominal crônica. Com base na anamnese e nos exames fornecidos, qual a melhor conduta para o manejo inicial, considerando o nível de atenção em que atua?

O que muda, na prática, para o Revalida?

Para o candidato ao Revalida, as mudanças são profundas e estratégicas:

  • Mais ênfase em raciocínio clínico contextualizado: o médico precisa integrar conhecimento técnico com a realidade do SUS;
  • Maior peso para postura ética e profissional: especialmente nas estações práticas e nas questões discursivas;
  • Necessidade de estudar por competências, e não apenas por conteúdos temáticos;
  • Maior previsibilidade do exame, pois agora o escopo está claramente publicado em portaria.

Nos acompanhe

A nova Matriz de Referência Comum INEP inaugura uma era de maior clareza e coerência na avaliação da formação médica no Brasil. Para os candidatos ao Revalida, essa mudança representa uma oportunidade: saber exatamente o que será avaliado e alinhar seus estudos ao que realmente importa na prática médica brasileira.

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Aqui no ReCurso Oficial, vamos continuar acompanhando as atualizações do INEP, decifrando as novas exigências e preparando você para enfrentar essa prova com segurança e estratégia.

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