Hoje, 15 de dezembro, o INEP, com apoio da FGV, aplicou o 2º dia da prova prática do Revalida INEP 2024/2. Está prevista apenas para a próxima quarta-feira (18/12/24) a publicação pelo INEP do Padrão Esperado de Procedimentos Preliminar, deixando os candidatos aflitos pelo que será efetivamente cobrado pela Banca até lá.
Visando amenizar a sua dor nesse momento pós prova, nossos Professores projetaram uma expectativa de PEP a partir das informações dos candidatos sobre a prova. Esse documento será crucial para que todos possam avaliar seu desempenho e entender melhor os critérios de avaliação utilizados, a fim de aferir uma perspectiva de aprovação.
Antes de explorar o que os candidatos podem esperar em cada estação, destacando os aspectos mais importantes avaliados. Vamos ao nosso tão esperado anúncio:
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Lembre-se de que esta notícia é um organismo vivo, sendo constantemente atualizada à medida que recebemos mais informações de nossos alunos.
Estação de Clínica Médica – Dia 01
Tema: Dengue
Definição:
A dengue é uma doença transmitida por um mosquito e é causado por um dos quatros sorotiposdos vírus da dengue. Os sintomas vão desde febre e sintomas constitucionais leves até manifestações hemorrágicas e choque, ou dengue hemorrágica/síndrome do choque associada a dengue (DH/SCD).
A dengue clássica é uma enfermidade autolimitada, não específica, caracterizada por febre, cefaléia, mialgia, e sintomas constitucionais.
A dengue é causado por vírus do gênero Flavivirus, foram descritas quatro espécies, chamadas de sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4.
Transmissão:
O dengue é transmitido pela picada do mosquito Aedes contaminado. A fêmea do mosquito Aedes é contaminada como vírus do dengue depois de chupar o sangue de um indivíduo contaminado durante uma doença febril aguda (fase virêmica). Depois de um período de 8-10 dias de incubação extrínseca, o mosquito contaminado transmite a infecção através da picada e injetando saliva contaminada na feridade outra pessoa. Há relatos de transmissão vertical de mãe para filho.
Dengue clássica:
A OMS define dengue como uma enfermidade febril de início agudo com duração de 2-7 dias com dois ou mais dos seguintes sintomas: cefaléia, dor retroorbital, mialgia/artralgia, exantema (maculopapular) e petéquias com prova do laço positiva. Manifestações hemorrágicas não são comuns.
Rubor é um sintoma característico normalmente obsevado na face, pescoço e tórax. Crianças pequenas costumam apresentar coriza, diarréia, exantema e convulsão e, com menor freqüência, vômito, cefaléia e dor abdominal.
Diagnóstico e diagnóstico diferencial:
A dengue deve ser levada em consideração sempre que houver doença febril aguda. No início da fase febril, ele pode imitar um largo espectro de doenças febris, incluindo: mononucleose infecciosa, chikungunya, parvoviroses B19, rubéola, sarampo,malária e leptospirose e sepse bacteriana.
A prova do laço é feita durante o exame física, e consiste em inflar omanguito do esfigmomanômetro a meio termo entre a pressão sistólica e diastólica por alguns minutos, sendo a prova positiva quando aparecem > 10 petéquias em crianças e > 20 petéquias em adultos por 2,5 cm2.
Os testes disponíveis para diagnóstico laboratorial são: isolamento viral , diagnóstico sorológico(teste de inibição de hemaglutinação, ELISA, teste de fixação de complemento, teste de neutralização, ensaio imuno enzimático de captura de antígeno) e métodos de diagnóstico molecular (RT-PCR).
Tratamento:
O tratamento da dengue na fase febril é sintomático. A febre é tratada com paracetamol . Os salicilatos e outros anti-inflamatórios não-esteróides devem ser evitados, pois predispõem sangramento das mucosas.
O aspecto mais importante do tratamento do paciente no início de fase crítica ou na DH é proporcionar cuidados intensivos com um monitoramento constante.
Estação de Cirurgia – Dia 01
Tema: Obstrução Arterial Aguda Periférica
Definição:
A obstrução arterial aguda periférica é uma interrupção súbita do fluxo sanguíneo encontrada em pacientes portadores de doença arterial obstrutiva periférica (DAOP) e de cardiopatias. Estima-se que sua incidência seja de 14 por 100.000 pessoas por ano, tendo sua abordagem inicial suma importância no que se refere ao conforto do paciente e à preservação da extremidade.
Fatores de risco
Os fatores de risco para doença arterial periférica são basicamente os mesmos da doença arterial coronariana: diabetes mellitus, tabagismo, idade avançada, hipercolesterolemia, hipertensão, sobrepeso/obesidade.
Quadro clínico e diagnóstico:
O quadro clínico da oclusão arterial aguda varia dependendo da topografia da obstrução e da presença de circulação colateral.
A presença de dor súbita, palidez, frialdade, paralisia, ausência de pulso e parestesia são características presentes de uma oclusão arterial aguda de um membro previamente normal. A dor intensa, de caráter progressivo que acomete as porções mais istais é a manifestação mais comumente descrita.
A avaliação clínica deve incluir a duração dos sintomas, a intensidade da dor e a gravidade do déficit motor e sensorial para identificação da ameaça de uma extremidade não-viável. A isquemia aguda dos membros é uma emergência médica e deve ser reconhecida rapidamente. Quanto maior for a sintomatologia, menor será a chance de resgate do membro.
Durante o exame físico, a “ regra dos 5 Ps “ é bem conhecida: pain, pallor, paresis, pulse deficit, paresthesia e poikilothermia e é um bom guia para a identificação dos sinais e sintomas. É possível identificar esses sinais, assim como o colabamento de veias superficiais e a lentificação do enchimento capilar. A ausência de pulsos periféricos define o nível da oclusão e, se estiverem presentes no membro contralateral, reforçarão a hipótese de embolia arterial.
O diagnóstico inclui avaliação do fluxo arterial e venoso com um doppler de onda contínua portátil devido à imprecisão da palpação de pulso. A perda de sinal arterial com Doppler indica que o membro está ameaçado. A ausência de ambos sinais arterial e venoso ao exame com Doppler indica que o membro pode estar irreversivelmente danificado. A arteriografia auxilia no diagnóstico diferencial entre trombose e embolia, além disso, permite visualizar o fluxo arterial e constituir a via de acesso para o tratamento endovascular.
Classificação
A isquemia aguda dos membros pode ser classificada em categorias de gravidade de Rutherford. A categoria I refere-se a membros viáveis que não estão imediatamente ameaçados. A categoria II refere-se a membros ameaçados. Os membros da categoria IIa estão moderadamente ameaçados e são recuperáveis, se prontamente tratados. Na categoria IIb apresentam ameaça imediata à integridade do membro e requerem revascularização em regime emergencial para que seja realizado o salvamento da extremidade. A categoria III é representada por membros com danos irreversíveis, em que há maior perda de tecido e dano permanente ao tecido nervoso.
Tratamento:
Dentre as opções de tratamento encontramos desde a terapia de trombólise via cateter – um procedimento endovascular – até a cirurgia aberta com realização de ponte com enxerto autólogo ou prótese.
A classificação de Rutherford guia sobre a escolha do procedimento e também sobre o tempo ideal para ser realizado. Membros que tenham sua integridade ameaçada, mesmo de forma moderada (categorias IIa e IIb), devem ser revascularizados em caráter de emergência – até 6 horas; já aqueles que se apresentam viáveis (categoria I), podem ser revascularizados em regime de urgência – 6 a 24 horas.
Membros que apresentam uma isquemia irreversível – categoria III de Rutherford – a conduta deve ser a amputação primária, acima do local da obstrução.
O uso da terapêutica endovascular no tratamento da oclusão arterial aguda aumentou significativamente nas últimas duas décadas, com uma elevação de aproximadamente duas vezes no número de procedimentos realizados.
Estação de Pediatria – Dia 01
Tema: Criptorquidia
Definição:
A criptorquidia corresponde à localização extraescrotal do testículo, acometendo cerca de 3% dos recém-nascidos. Geralmente, trata-se de um achado clínico isolado, mas em 10% dos casos pode estar associada a disfunções hipotalâmico-hipofisárias, doenças genéticas ou embrionárias. Além disso, pode ocorrer em conjunto com outras anormalidades genitais, como hipospádia e micropênis.
A descrição precisa da localização testicular em repouso e sua mobilidade durante o exame físico é essencial para o diagnóstico, tratamento e prognóstico evolutivo adequados.
Diagnóstico:
O diagnóstico é clínico, baseado em um exame físico cuidadoso. Aproximadamente 70% dos testículos com criptorquidia são palpáveis, localizando-se na porção superior do escroto ou no canal inguinal. Os 30% restantes não são palpáveis, sugerindo localização intra-abdominal, presença de pequenos remanescentes testiculares ou anorquia.
Exames de imagem têm papel limitado no diagnóstico complementar, sendo inicialmente utilizados ultrassonografia e, em casos selecionados, ressonância magnética.
Tratamento:
O tratamento clínico é indicado para pacientes com testículos retidos ou com grande retratilidade, utilizando-se gonadotrofina coriônica humana.
A cirurgia está indicada em casos de falha do tratamento clínico ou para testículos ectópicos. A intervenção precoce (entre 1 e 2 anos de vida) é decisiva na prevenção das principais complicações da criptorquidia, como esterilidade e aumento do risco de neoplasias gonadais.
Estação de Ginecologia e Obstetrícia – Dia 01
Tema: Placenta Prévia
Definição:
Placenta prévia refere-se a uma placenta anormalmente baixa, de modo que fique perto ou cubra o orifício cervical interno. É uma causa comum de hemorragia anteparto.
A placenta prévia é uma condição potencialmente fatal para a mãe e o bebê, com incidência 1/200 gestações. Como tal, o diagnóstico pré-natal é essencial para se preparar adequadamente para o parto.
Quadro clínico:
A placenta prévia geralmente se manifesta com sangramento vaginal indolor na segunda metade da gestação (>20 semanas de gestação), mais comumente entre 34-38 semanas de gestação.
Classificação:
O termo placenta previa é dividido em quatro graus, dependendo da relação e distância do orifício cervical interno:
— Grau I: placenta baixa: a placenta fica no segmento uterino inferior, mas sua borda inferior não confina com o orifício cervical interno (ou seja, borda inferior 0,5-2,0 cm do orifício interno).
— Grau II: prévia marginal: o tecido placentário atinge a margem do orifício cervical interno, mas não o cobre.
— Grau III: prévia parcial: a placenta cobre parcialmente o orifício cervical interno.
— Grau IV: prévia completa: a placenta cobre completamente o orifício cervical interno.
Diagnóstico:
Devido ao trofotropismo placentário, o diagnóstico de placenta prévia geralmente não é feito antes de 20 semanas. A ultrassonografia transvaginal é mais precisa para avaliar a placenta prévia, a varredura transabdominal pode diagnosticá-la em até um quarto dos casos
Quando detectada no segundo trimestre, uma ultrassonografia do terceiro trimestre (~32-34 semanas) deve ser realizada para reavaliar a posição da placenta.
Fatores de risco:
Os fatores de risco para placenta prévia relatados na literatura incluem cesárea anterior; histórico de cirurgias uterinas, como miomectomia, curetagem uterina ou remoção manual da placenta; idade materna avançada; multiparidade; gestações múltiplas; miomatose uterina; tabagismo; tratamentos de reprodução assistida.
Tratamento:
No caso de placenta prévia completa, é necessária uma cesariana para o parto para evitar o risco de hemorragia fetal e materna.
Estação de Medicina da Família e Comunidade – Dia 01
Tema: Acidentes por lagartas
Definição:
Acidentes por lagartas, ou erucismo, é o quadro clínico de envenenamento decorrente do contato com cerdas urticantes de lagartas, locais onde ficam armazenadas a peçonha.
A lagarta (taturana, marandová, mandorová, mondrová, ruga, oruga, bicho-peludo) é uma das fases do ciclo biológico de mariposas e borboletas (lepidóptero). Somente a fase larval de mariposas é capaz de produzir efeitos sobre o organismo; as demais (pupa, ovo e adulto) e larvas de borboletas são inofensivas. A única exceção é a mariposa fêmea adulta do gênero Hylesia, que apresenta cerdas urticantes no abdômen. Em contato com a pele, essas cerdas podem causar dermatite papulopruriginosa.
Os acidentes provocados pelas lagartas, popularmente chamados de “queimaduras”, têm evolução benigna na maioria dos casos.
As lagartas do gênero Lonomia são as únicas que têm maior relevância para a saúde pública, pois podem ocasionar acidentes graves ou mortes, pela inoculação do veneno no organismo, que se dá por meio do contato das cerdas urticantes com a pele. Estas as lagartas que mais causam acidentes no Brasil, destacam-se às pertencentes a duas Famílias:
- Família Megalopygidae (lagartas “cabeludas”)
- Família Saturniidae (lagartas “espinhudas”)
Sintomas:
Normalmente, os acidentes com lagartas ocorrem quando o indivíduo toca o animal, geralmente em tronco de árvores ou ao manusear vegetação. O contato com as cerdas pontiagudas faz com que o veneno contido nos “espinhos” seja injetado na pessoa. A dor, na maioria dos casos, é violenta, irradiando-se do local da “queimadura” para outras regiões do corpo.
No caso de acidentes por Lonomia, podem ocorrer manifestações tanto locais quanto sistêmicas:
Manifestações locais – dor imediata (queimação), irradiada para o membro, com área de eritema e edema na região do contato. Bolhas e necrose cutânea superficial são raras. Os sintomas normalmente regridem em 24 horas, sem maiores complicações.
Manifestações sistêmicas – Instalam-se algumas horas após o acidente, mesmo depois da regressão do quadro local. Presença de queixas inespecíficas (cefaleia, mal-estar, náuseas e dor abdominal), que muitas vezes estão associadas ou antecedem manifestações hemorrágicas (gengivorragia, equimoses espontâneas ou traumáticas, epistaxe). Hematúria, hematêmese e hemoptise podem indicar maior gravidade. Injúria renal aguda e hemorragia intracraniana têm sido associadas a óbitos.
Tratamento:
Dependendo da lagarta, os sintomas podem ser tratados com medidas para alívio da dor, como compressas frias ou geladas. Nos casos de suspeita de acidente com Lonomia, o paciente deve ser levado ao serviço de saúde mais próximo, para que o profissional de saúde avalie a necessidade de administração do soro antilonômico (SALon).
Estação de Clínica Médica – Dia 02
Tema: AVC
Abordagem inicial:
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma doença incapacitante, de alta morbimortalidade, que atinge cada vez mais pessoas jovens, sendo dividido em isquêmico e hemorrágico, sendo o primeiro mais prevalente. Está intrinsicamente relacionado às comorbidades como hipertensão e diabetes mellitus que são fatores de risco em curva de crescimento na população brasileira.
O atendimento inicial para paciente com o AVC isquêmico possui necessidade de ser rápido e preciso, devido especificidade do trombolítico, medicação que só pode ser usada num intervalo de apenas 4,5 horas para pacientes com AVC isquêmico, exigindo alto nível de coordenação entre os serviços. Diante desta janela de tempo o Food and Drug Administration (FDA) aprovou em junho de 1996 o uso do rt-PA, baseado nos resultados do National Institute of Neurologic Disorders (NINDS), que analisou os passos sequenciais a serem seguidos para um atendimento rápido e sistematizado, obedecendo à janela terapêutica, entre eles: o reconhecimento dos sinais e sintomas e ação pelo paciente ou conhecido, acesso ao cuidado, transporte ao hospital com TC, diagnóstico rápido no departamento de emergência, interpretação da TC, critérios de inclusão e tratamento.
De modo análogo ao preconizado para o atendimento de emergência cardiológica, a American Heart Association (AHA) também recomenda uma forma de abordagem rápida ao AVC, constituída pelos seguintes passos: detecção do início dos sinais e sintomas do evento vascular, encaminhamente através da ativação do sistema de ambulância, alerta do departamento (serviço) de emergência, coleta de dados (avaliação) e decisão sobre possíveis terapêuticas.
Exame físico:
A Escala de avaliação pré-hospitalar pode ser utilizada como método de triagem porque possui boa acurácia. Caso o paciente apresente qualquer um dos seguintes itens, seu resultado é positivo:
● Queda facial: quando o paciente é solicitado a mostrar os dentes ou sorrir, verifica-se
assimetria;
● Fraqueza nos braços: quando o paciente é solicitado a estender os braços para a frente
em um ângulo de 90% com o tronco e mantê-los na posição por 10 segundos, um dos
braços não se move ou não fica mantido na posição em relação ao contralateral;
● Fala anormal: quando o paciente é solicitado a pronunciar a frase “na casa do padeiro
nem sempre tem trigo”, o paciente pronuncia palavras incompreensíveis, usa palavras
incorretas ou é incapaz de pronunciar.
Já a equipe responsável pelo atendimento hospitalar deve priorizar o uso da Escala do NIHSS (National Institute of Health and Stroke Scale), que tem grande utilidade diagnóstica, prognóstica e na avaliação sequencial do paciente.
Escala de AVC do NIH:
Exame de imagem
O método de imagem mais utilizado, mais disponível e de menor custo para a avaliação inicial do AVC isquêmico agudo é a tomografia computadorizada de crânio, demonstrando sinais precoces de isquemia em até 67% dos casos nas primeiras 3 horas do início dos sintomas. Ressonância magnética é bem mais sensível e precisa na identificação e localização da lesão vascular, especialmente quando são utilizadas técnicas de difusão/perfusão22, no entanto, consome um tempo de realização maior que pode ser decisivo para a indicação do tratamento com trombolítico.
Tratamento farmacológico
A trombólise é um tratamento recomendado no AVCi agudo, que envolve o uso de medicamentos trombolíticos para a destruição do coágulo, como: alteplase, estreptoquinase e tenecteplase.
Estação de Cirurgia Geral – Dia 02
Tema: Trauma abdominal fechado – abdome agudo hemorrágico
O termo Abdome Agudo pode ser definido como um processo intra-abdominal causando dor severa e, frequentemente, requerendo intervenção cirúrgica de emergência. A principal característica do abdome agudo é a dor abdominal aguda, definida como dor severa ou progressiva iniciada de forma súbita, há menos de 7 dias (usualmente menos de 48 horas). Se persistir por 6 horas ou mais, a dor abdominal aguda é forte indicativa de patologia com significância cirúrgica.
Nos serviços de emergência, é comum que o médico se depare com pacientes traumatizados, em que há suspeita de trauma abdominal fechado (TAF). As lesões associadas a essa condição podem se manifestar clinicamente de formas muito variadas, e a sua detecção precoce é essencial para que se obtenha sucesso terapêutico.
A maioria dos casos está relacionada a acidentes automobilísticos, mas golpes contra o abdome e quedas também são causas comuns. Os órgãos geralmente envolvidos são baço e fígado, principalmente, além de pâncreas, intestino, mesentério, bexiga, diafragma .
Avaliação inicial e exame física:
A investigação do trauma abdominal fechado tem início na avaliação primária, respeitando-se a sequência do ABCDE, com vistas à estabilização do paciente e tratamento das lesões ameaçadoras à vida. Nessa fase, a presença de choque de origem não explicada pode ser o indicador mais confiável de sangramento intra-abdominal. Nesse caso, o abdome deve ser exposto em busca de escoriações e/ou de ferimentos penetrantes. Na ausência de alterações à avaliação primária, deve-se prosseguir com a avaliação secundária, quando o abdome será inspecionado, auscultado, palpado e percutido.
À inspeção abdominal, a presença de “tatuagens traumáticas” é um indicativo de lesões graves. Suspeita-se de peritonite quando, à palpação do abdome, existem dor à descompressão e presença de defesa voluntária ou involuntária. Redução ou ausência dos ruídos hidroaéreos podem ocorrer, em decorrência de íleo por presença de sangue ou conteúdo do trato gastrointestinal na cavidade abdominal.
A tomografia computadorizada (TC) é o método de maior acurácia para as lesões intra ou retroperitoneais, mas indicada apenas para os pacientes estáveis. Idealmente, contraste intravenoso deve ser sempre utilizado.
o paciente está instável hemodinamicamente, o objetivo da avaliação consiste em determinar a presença de hemorragia intraperitoneal, o que pode ser feito mediante a utilização do FAST (Focused Assesment with Sonography for Trauma), nos locais onde exista o dispositivo. No caso dos pacientes instáveis com FAST positivo, a conduta é a indicação imediata de laparotomia de emergência.
Conclusão:
O trauma abdominal fechado é uma condição importante, em termos de prevalência e de taxas de morbimortalidade. Por isso é importante que a definição diagnóstica seja acurada e precoce, a fim de que se minimize a ocorrência dos quadros graves e das suas possíveis complicações.
Estação de Pediatria – Dia 02
Tema: Hipertensão arterial sistêmica na Pediatria
Considera-se Hipertensão Arterial na Infância e Adolescência, valores de pressão arterial sistólica e/ou diastólica iguais ou superiores ao Percentil 95 para sexo, idade e percentil da altura em três ou mais ocasiões diferentes.
A caracterização da Hipertensão Arterial pode sofrer influência de diversos fatores, podendo ser feito diagnóstico falso positivo ou falso negativo. Aquele indivíduo que apresenta Hipertensão tanto durante a avaliação médica quanto fora dela, é considerado hipertenso.
Todas as crianças maiores de 3 anos devem ter a sua pressão arterial medida pelo menos uma vez por ano.
Quadro clínico
Habitualmente as crianças e adolescentes hipertensos são assintomáticos. Alguns podem apresentar quadro de cefaleia, irritabilidade e alterações do sono.
Os sinais e sintomas podem sugerir envolvimento de algum órgão ou sistema específico, por exemplo, rins (hematúria macroscópica, edema, fadiga), coração (dor torácica, dispneia aos esforços, palpitação).
Como medir
A medida da PA na criança segue as mesmas recomendações da medida em adultos. O ideal é que a criança esteja sentada ou deitada, tranquila, descansada por mais de 5 minutos, com a bexiga vazia e sem ter praticado exercícios físicos há pelo menos 60 minutos. O paciente deve estar deitado ou sentado, com pernas descruzadas, pés apoiados no chão, dorso recostado na cadeira e relaxado; com o braço ao nível do coração, sendo preferencial o braço direito, para ser comparável com as tabelas padrão e evitar falsas medidas baixas no braço esquerdo no caso de Coarctação da Aorta.
Medir a circunferência do braço para a escolha do manguito: 1º passo: Medir a distância do acrômio ao olécrano; 2º passo: Identificar o ponto médio da distância entre o acrômio e o olécrano; 3º passo: Medir a circunferência do braço nesse ponto médio. A partir dessa medida, seleciona-se o manguito adequado para a medida, que deve cobrir 40% da largura e 80 a 100% do comprimento. Em serviços pediátricos, deve–se ter disponibilidade completa de manguitos, devido à extensa faixa etária e variação de tamanho da população que é atendida (desde recém–nascidos até adolescentes obesos)
Tratamento:
A terapêutica inicial, na maioria dos casos, é não medicamentosa, prezando, principalmente, pela atividade física e dieta; e mesmo naqueles em que o tratamento medicamentoso é iniciado, preconiza-se manutenção das recomendações para mudanças do estilo de vida.
Estação de Ginecologia e Obstetrícia – Dia 02
Tema: Violência sexual
A Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará – ONU) define como violência contra mulher: “todo ato baseado no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto privada”.
Primeiro atendimento e acolhimento:
O primeiro atendimento pode ser feito em QUALQUER serviço de saúde, sem a necessidade de agendamento, podendo ser realizado na emergência.
Etapas do atendimento: acolhimento, registro da história, exames clínicos e ginecológicos, coleta de vestígios, contracepção de emergência, profilaxias para HIV, IST e Hepatite B, comunicação obrigatória à autoridade de saúde em 24h por meio da ficha de notificação da violência, exames complementares, acompanhamento social e psicológico, e seguimento ambulatorial,caso necessário orientações para aborto legal em caso de gestações decorrentes de estupro.
Profilaxias:
A anticoncepção de emergência está indicada para todas as mulheres e/ou adolescentes (que já apresentem sinais de puberdade e não estejam na menopausa) que tenham sofrido violência sexual, através de contato certo ou duvidoso com sêmen, independente do período do ciclo menstrual em que se encontrem, devendo-se ser administrada o mais precocemente possível, dentro das primeiras 72 horas após o abuso.
A profilaxia ARV do HIV é considerada abordagem protocolar de emergência nos casos de violência sexual com contato de fluidos do agressor e deve ser iniciada idealmente nas primeiras 02 horas, ou, no máximo em 72 horas (após este intervalo não existem evidências para a indicação) e o esquema terapêutico deve ser mantido por quatro semanas consecutivas. Caso seja possível a identificação sorológica do agressor e este seja negativo para HIV, a quimioprofilaxia poderá ser interrompida ou não iniciada.
Continuidade do cuidado:
A pessoa agredida sexualmente, após ser atendida em situação emergencial no hospital, deverá ser encaminhada para continuidade do cuidado em uma unidade de atenção primária à saúde, ou outro serviço da rede de atenção à saúde conforme a necessidade apresentada. Neste contexto é importante o atendimento individual e familiar.
Não é possível estabelecer, com exatidão, o tempo limite para a introdução da profilaxia das ISTs não virais em situações de violência sexual, ao contrário da profilaxia para infecção pelo HIV, que é 72 horas. Estas situações devem ser clínica e individualmente avaliadas. A pessoa que procura atendimento após as 72 horas do abuso deverá ser atendida pela Unidade de Atenção Primária em Saúde e realizar os exames de investigação de ISTs/HIV e atualização do estado vacinal no primeiro atendimento, independentemente do tempo decorrido.
Estação de Medicina da Família e Comunidade – Dia 02
Tema: Doença inflamatória pélvica (DIP)
Definição:
É uma síndrome clínica causada por vários microrganismos, que ocorre devido à entrada de agentes infecciosos pela vagina em direção aos órgãos sexuais internos, atingindo útero, trompas e ovários e causando inflamações. Esse quadro acontece principalmente quando a gonorreia e a infecção por clamídia não são tratadas.
A doença inflamatória pélvica é uma das mais importantes afecções sexualmente transmissíveis, sendo na grande maioria das vezes uma das principais consequências das cervicites. Estima-se um caso de doença inflamatória pélvica para cada oito a dez casos de mulheres com cervicites por Chlamydia trachomatis. A falta de rápido diagnóstico e tratamento, ou o tratamento inadequado dos casos da doença, aumentam o risco de severas complicações, com consequências extremamente negativas para a saúde da mulher, além dos custos econômicos e sociais.
As principais sequelas implicam infertilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica. Observou-se que, após sete anos do primeiro episódio, 21,3% das mulheres apresentaram recorrência, 19% desenvolveram infertilidade e 42,7% referiram dor pélvica crônica.
Formas de contágio
Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos se dá em mulheres que têm outra Infecção Sexualmente Transmissível (IST), como a cervicite, causada principalmente gonorreia e infecção por clamídia não tratadas.
Entretanto, também pode ocorrer após algum procedimento médico local – como inserção de Dispositivo Intrauterino (DIU), biópsia na parte interna do útero ou curetagem.
O uso da camisinha masculina ou feminina é a melhor forma de prevenção.
Sinais e sintomas
- Dor na parte baixa do abdômen (no “pé da barriga” ou baixo ventre) e/ou durante a relação sexual. Dor abdominal e nas costas;
- Febre, fadiga e vômitos;
- Corrimento vaginal, sangramento vaginal, dor ao urinar.
Diagnóstico e tratamento
Na presença de qualquer sinal ou sintoma de DIP, recomenda-se procurar imediatamente um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.
Em casos mais graves, é necessária a internação hospitalar para uso de antibiótico por via venosa.
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