Revalida 2023/2: O que esperar do PEP de Medicina da Família e Comunidade?

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O Padrão Esperado de Procedimentos definitivo do Revalida está prestes a ser publicado, com previsão de lançamento para o dia 06/02, e junto com ele, também será publicado o resultado preliminar da prova de habilidades clínicas. É compreensível que a ansiedade de muitos candidatos esteja à flor da pele. Como mencionado em nossa publicação anterior (caso não tenha visto, clique aqui), é frequente que o PEP definitivo apresente variações significativas em relação ao provisório, incorporando diversos acréscimos e possíveis anulações.

Com esse cenário em mente, passamos para segunda publicação que vamos analisar minuciosamente todas as possibilidades de anulações e acréscimos em relação ao PEP de Medicina da Família e Comunidade, que abrange as estações 05 e 10 da prova de habilidades clínicas.

Haverá mudanças no PEP de Medicina da Família e Comunidade?

Sim, encontramos dois itens contraditórios nas estações de Medicina da família e comunidade.

Item 8 da Estação 10

O elemento em questão avalia a adequação da resposta do estudante em relação à categorização do Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente, especificamente no contexto de obesidade grau I. O IMC é uma medida calculada a partir da relação entre o peso em quilogramas e o quadrado da altura em metros (Kg/m²). No âmbito do presente caso, espera-se que o aluno identifique corretamente a obesidade grau I, caracterizada por um IMC situado entre 30 e 34,9 Kg/m², e reconheça este estado como representativo de um risco moderado para comorbidades, conforme delineado no texto integral extraído do PEP: 8. O estudante deve ser capaz de articular claramente o estado nutricional e o potencial risco de comorbidades associadas a este paciente, com base no Índice de Massa Corporal (IMC). Como resposta adequada, espera-se a identificação da obesidade grau I (≥ 30 a 34,9 Kg/m²), categorizada como de risco moderado. No entanto, de acordo com o ‘Protocolo da Linha de Cuidado para Obesidade em Adultos’ disponível em https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/obesidade-no-adulto/definicao-obesidade-no-adulto/, observa-se uma discrepância na classificação do risco associado ao paciente com IMC correspondente à obesidade grau I. O protocolo mencionado classifica este nível de IMC como indicativo de um risco ELEVADO de comorbidades, em contraste com a categorização de risco moderado apresentada no gabarito da estação de avaliação.

Item 9 da estação 10

No contexto da avaliação constante no Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), observa-se uma assertiva que correlaciona uma circunferência abdominal superior a 102 centímetros com um incremento no risco de morbimortalidade. A circunferência abdominal é um indicador antropométrico significativo, frequentemente utilizado para avaliar a distribuição de gordura corporal, que está intrinsecamente ligada a diversas condições de saúde adversas, incluindo doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e certos tipos de câncer.

Contrapondo-se a esta diretriz do PEP, as informações veiculadas no ‘Protocolo da Linha de Cuidado para Obesidade em Adultos’, disponível em https://linhasdecuidado.saude.gov.br/portal/obesidade-no-adulto/definicao-obesidade-no-adulto/, estabelecem parâmetros distintos para a associação entre circunferência abdominal e risco de morbimortalidade. Conforme este protocolo, os limiares de circunferência abdominal que conferem um risco aumentado de morbimortalidade são superiores a 94 centímetros para homens e 80 centímetros para mulheres. Esta diferença nos valores de referência representa uma discrepância significativa em relação ao parâmetro de 102 centímetros citado no PEP.

É crucial destacar que tais medidas são fundamentais no contexto clínico, visto que fornecem um indicativo prático e rápido da distribuição de gordura abdominal, um fator de risco conhecido para uma série de comorbidades. A precisão destes valores é essencial para a condução apropriada de avaliações de saúde e para o estabelecimento de estratégias de intervenção adequadas. Assim, a distinção entre os critérios mencionados no PEP e aqueles estabelecidos no Protocolo da Linha de Cuidado para Obesidade em Adultos suscita importantes considerações sobre as diretrizes de avaliação e manejo de pacientes em risco de morbimortalidade associada à obesidade.

Outrossim, confira as outras análises que realizamos:

  • Clínica Médica: Já publicamos, clique aqui.
  • Cirurgia: Já publicamos, clique aqui.
  • Pediatria: Já publicamos, clique aqui.
  • Ginecologia e Obstetrícia: Já publicamos, clique aqui.

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