Revisão de Cirurgia Geral da 1ª Etapa Revalida 2024/2

Cirurgia Geral

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Hoje é o dia da revisão de Cirurgia Geral, uma área fundamental na prova do Revalida. Nessa revisão você vai se deparar com um apanhado de 3 temas que já foram cobrados em provas passadas, e com grande probabilidade de aparecerem novamente nesta edição, além de questões para treinar. Lembrando que a prova será aplicada no próximo domingo (25/08).

Além disso, estamos preparando um anúncio IMPERDÍVEL para você, candidato do Revalida INEP 2024/2, logo após a prova de primeira etapa no próximo domingo, fique sabendo de TUDO através do blog e redes sociais da Recurso Oficial. NÃO PERCA!

Outrossim, os temas escolhidos foram os seguintes:

  • Hemorragia digestiva alta e baixa;
  • Lesões de esforço repetitivo;
  • artrite séptica.

Hemorragia Digestiva Alta e Baixa

A hemorragia digestiva é uma condição médica séria que se caracteriza pela perda de sangue em algum ponto do trato gastrointestinal. Ela pode ser classificada em alta ou baixa, dependendo da localização anatômica do sangramento. A hemorragia digestiva alta (HDA) ocorre acima do ligamento de Treitz, enquanto a hemorragia digestiva baixa (HDB) ocorre abaixo dessa estrutura.

Hemorragia Digestiva Alta (HDA)

  1. Etiologia:
    • Úlcera péptica: Principal causa de HDA, especialmente em pacientes com histórico de infecção por Helicobacter pylori ou uso crônico de anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
    • Varizes esofágicas: Frequentemente associadas à hipertensão portal, comum em pacientes com cirrose hepática.
    • Esofagite erosiva: Comum em pacientes com refluxo gastroesofágico grave ou uso de medicamentos irritantes.
    • Síndrome de Mallory-Weiss: Laceração da mucosa gástrica próxima à junção gastroesofágica, geralmente resultante de vômitos intensos.
    • Neoplasias gástricas: Tumores malignos podem ulcerar e causar sangramentos significativos.
  2. Quadro Clínico:
    • Hematemese: Vômito com sangue, que pode ser vermelho vivo (sangramento ativo) ou ter aparência de “borra de café” (sangramento já digerido).
    • Melena: Fezes escuras, quase negras, pastosas e com odor fétido, indicativas de sangramento digestivo já parcialmente digerido.
    • Dor epigástrica: Presente em úlceras pépticas.
    • Hipotensão e taquicardia: Sinais de hipovolemia em casos de sangramento severo.
  3. Diagnóstico:
    • Endoscopia digestiva alta (EDA): Exame de escolha para diagnóstico e tratamento da HDA, permitindo a visualização direta do local do sangramento e a realização de terapias endoscópicas.
    • Hemograma: Pode evidenciar anemia e queda do hematócrito, além de orientar a necessidade de transfusão sanguínea.
    • Testes laboratoriais adicionais: Avaliação de função hepática em pacientes com varizes esofágicas.
  4. Tratamento:
    • Reposição volêmica: Essencial para estabilizar o paciente, utilizando cristaloides e, se necessário, hemotransfusão.
    • Terapia endoscópica: Injeção de adrenalina, aplicação de clips ou uso de técnicas térmicas para controle do sangramento.
    • Medicação: Inibidores da bomba de prótons (IBPs) são indicados para úlceras pépticas. Vasoconstritores como octreotida podem ser usados para varizes esofágicas.
    • Cirurgia: Indicação em casos de falha da terapia endoscópica ou sangramento maciço e incontrolável.

Hemorragia Digestiva Baixa (HDB)

  1. Etiologia:
    • Diverticulose: Principal causa de HDB em adultos, caracterizada pela presença de divertículos no cólon, que podem inflamar e sangrar.
    • Angiodisplasia: Malformações vasculares que podem sangrar de forma intermitente e causar hemorragia significativa.
    • Neoplasias colorretais: Tumores podem ulcerar e causar sangramentos, frequentemente sendo uma apresentação inicial do câncer colorretal.
    • Doenças inflamatórias intestinais: Como a doença de Crohn e a colite ulcerativa, que podem causar sangramentos em surtos.
    • Hemorróidas: Causa comum de sangramento retal, especialmente em pacientes com constipação crônica.
  2. Quadro Clínico:
    • Hematochezia: Sangue vermelho vivo misturado ou sobre as fezes, mais comum em HDB, mas pode ocorrer em casos graves de HDA.
    • Dor abdominal: Variável dependendo da etiologia, podendo estar presente em diverticulite ou doenças inflamatórias intestinais.
    • Anemia: Sinais de anemia podem estar presentes, especialmente em sangramentos crônicos ou intermitentes.
  3. Diagnóstico:
    • Colonoscopia: Exame de escolha para visualização direta do cólon e identificação do local de sangramento, permitindo intervenções terapêuticas.
    • Angiografia mesentérica: Utilizada em sangramentos ativos e graves, possibilita a identificação e embolização do vaso sangrante.
    • Tomografia computadorizada (TC): Pode ser útil na avaliação de causas como diverticulite ou angiodisplasia.
    • Testes laboratoriais: Incluem hemograma completo e exames de coagulação, além da pesquisa de sangue oculto nas fezes em casos crônicos.
  4. Tratamento:
    • Reposição volêmica: Semelhante à abordagem na HDA, é necessário estabilizar o paciente com fluidos e transfusões conforme necessário.
    • Terapia endoscópica: Pode incluir a injeção de adrenalina, clips ou tratamento térmico durante a colonoscopia.
    • Embolização angiográfica: Indicada em casos de sangramento incontrolável por técnicas menos invasivas.
    • Cirurgia: Reservada para casos em que a terapia endoscópica ou angiográfica falhar ou em sangramentos massivos.

Conclusão

A hemorragia digestiva, tanto alta quanto baixa, é uma emergência médica que requer diagnóstico rápido e tratamento eficaz para reduzir a morbimortalidade. O manejo adequado inclui a identificação da causa subjacente, estabilização hemodinâmica, intervenções terapêuticas específicas e, em alguns casos, cirurgia. A compreensão detalhada dos sinais, sintomas, métodos diagnósticos e opções de tratamento é essencial para o manejo eficaz desses pacientes, especialmente em contextos de emergência, como é comum em exames como o Revalida.

Treine Seus Conhecimentos

Questão 1: Qual das seguintes condições é a causa mais comum de hemorragia digestiva alta (HDA)?

a) Síndrome de Mallory-Weiss
b) Varizes esofágicas
c) Úlcera péptica
d) Neoplasias gástricas
e) Esofagite erosiva

Questão 2: A presença de fezes escuras, quase negras, pastosas e com odor fétido é característica de qual condição clínica?

a) Hematochezia
b) Melena
c) Hematemese
d) Diverticulose
e) Angiodisplasia

Questão 3: Qual exame é considerado o padrão-ouro para o diagnóstico e tratamento de hemorragia digestiva alta?

a) Colonoscopia
b) Angiografia mesentérica
c) Endoscopia digestiva alta
d) Tomografia computadorizada
e) Laparotomia exploratória

Questão 4: Sobre o tratamento de varizes esofágicas que resultam em hemorragia digestiva alta, assinale a alternativa correta:

a) Uso de antibióticos de amplo espectro é a primeira linha de tratamento.
b) Inibidores da bomba de prótons (IBPs) são suficientes para controlar o sangramento.
c) A escleroterapia endoscópica é uma opção terapêutica.
d) A embolização angiográfica é a abordagem inicial.
e) Cirurgia é sempre necessária para o controle do sangramento.

Questão 5: Em relação à hemorragia digestiva baixa (HDB), qual das seguintes condições é a causa mais frequente em adultos?

a) Angiodisplasia
b) Diverticulose
c) Doença de Crohn
d) Neoplasias colorretais
e) Hemorróidas


Gabarito Comentado

Questão 1:
Resposta correta: c) Úlcera péptica
Comentário: A úlcera péptica é a causa mais comum de hemorragia digestiva alta, especialmente em pacientes com infecção por H. pylori ou uso crônico de AINEs. Embora outras condições como varizes esofágicas e esofagite erosiva possam causar HDA, a úlcera péptica é predominante.

Questão 2:
Resposta correta: b) Melena
Comentário: Melena é a presença de fezes escuras, pastosas e com odor fétido, indicativas de sangramento digestivo alto já parcialmente digerido. Hematochezia, por outro lado, refere-se à passagem de sangue vermelho vivo, mais comum na hemorragia digestiva baixa.

Questão 3:
Resposta correta: c) Endoscopia digestiva alta
Comentário: A endoscopia digestiva alta (EDA) é o exame de escolha tanto para o diagnóstico quanto para o tratamento da hemorragia digestiva alta, permitindo a visualização direta do local do sangramento e a realização de intervenções terapêuticas.

Questão 4:
Resposta correta: c) A escleroterapia endoscópica é uma opção terapêutica.
Comentário: A escleroterapia endoscópica é uma das abordagens utilizadas no tratamento de varizes esofágicas hemorrágicas. A administração de IBPs não é eficaz para varizes esofágicas, sendo mais indicada para úlceras pépticas. A embolização angiográfica e cirurgia são reservadas para casos onde a endoscopia falha.

Questão 5:
Resposta correta: b) Diverticulose
Comentário: A diverticulose é a causa mais comum de hemorragia digestiva baixa em adultos. Ela ocorre devido à presença de divertículos no cólon, que podem inflamar e causar sangramentos significativos.

Questão Discursiva:

Explique as diferenças clínicas, diagnósticas e terapêuticas entre hemorragia digestiva alta (HDA) e hemorragia digestiva baixa (HDB), destacando a importância da localização anatômica no manejo dessas condições.

Padrão de Resposta:

A hemorragia digestiva alta (HDA) ocorre acima do ligamento de Treitz, sendo frequentemente causada por úlceras pépticas, varizes esofágicas e esofagite erosiva. Clinicamente, caracteriza-se por hematemese e melena. O diagnóstico é primariamente realizado por endoscopia digestiva alta, que também permite o tratamento, como a escleroterapia. Já a hemorragia digestiva baixa (HDB) ocorre abaixo do ligamento de Treitz, sendo a diverticulose e neoplasias colorretais causas comuns. Apresenta-se com hematochezia, e o diagnóstico é feito por colonoscopia, com possibilidades terapêuticas como a polipectomia. A localização anatômica é crucial para direcionar o diagnóstico e o tratamento adequados, sendo que o manejo hemodinâmico inicial é semelhante em ambas.

Lesões de esforço repetitivo

Lesões por Esforço Repetitivo (LER) referem-se a uma ampla gama de condições musculoesqueléticas causadas por movimentos repetitivos, posturas inadequadas ou sobrecarga funcional, principalmente no ambiente de trabalho. Estas lesões envolvem músculos, tendões, nervos e outras estruturas de tecidos moles, frequentemente afetando membros superiores, como mãos, punhos, braços e ombros, mas também podendo envolver a coluna vertebral e membros inferiores.

Etiologia e Fatores de Risco

A etiologia das LER é multifatorial, envolvendo aspectos biomecânicos, organizacionais e psicossociais. Os principais fatores de risco incluem:

  • Movimentos Repetitivos: A repetição constante de determinados movimentos pode gerar microtraumas nos tecidos envolvidos, que, ao longo do tempo, podem se acumular, levando ao surgimento das lesões.
  • Posturas Inadequadas: Posturas mantidas por longos períodos que causam estresse excessivo em determinadas articulações e tecidos.
  • Força Exagerada: A aplicação de força excessiva para realizar tarefas rotineiras pode contribuir para a sobrecarga dos tecidos musculoesqueléticos.
  • Fatores Psicossociais: Estresse, baixa satisfação no trabalho e outras questões psicossociais podem agravar a suscetibilidade a LER.

Patologias Associadas

LER não é uma condição única, mas sim um termo guarda-chuva que abrange diversas patologias, como:

  • Tendinite: Inflamação dos tendões devido à sobrecarga repetitiva.
  • Síndrome do Túnel do Carpo: Compressão do nervo mediano no punho, frequentemente associada a movimentos repetitivos de flexão e extensão do punho.
  • Epicondilite Lateral (Cotovelo de Tenista): Inflamação dos tendões que se inserem no epicôndilo lateral do cotovelo, comumente associada a movimentos repetitivos de extensão do punho e dedos.
  • Bursite: Inflamação das bursas, que são pequenas bolsas de líquido que reduzem o atrito entre os tecidos.
  • Mialgias: Dor muscular localizada, frequentemente relacionada ao uso excessivo ou repetitivo dos músculos envolvidos.
  • Tenossinovite de De Quervain: Inflamação da bainha sinovial dos tendões que controlam os movimentos do polegar.

Manifestações Clínicas

Os sintomas das LER são variados, dependendo da estrutura envolvida e da gravidade da lesão. As principais manifestações incluem:

  • Dor: Dor localizada ou difusa que pode ser intermitente ou constante, frequentemente agravada pelo movimento.
  • Edema: Inchaço na área afetada devido à inflamação.
  • Parestesias: Sensação de formigamento ou dormência, especialmente em casos de envolvimento nervoso.
  • Perda de Força: Fraqueza muscular, que pode comprometer a função da área afetada.
  • Limitação de Movimento: Restrição na amplitude de movimento devido à dor, rigidez ou inflamação.

Diagnóstico

O diagnóstico de LER é clínico, baseado na história ocupacional do paciente e nas características dos sintomas. A avaliação pode incluir:

  • Anamnese Detalhada: Investigação sobre a natureza do trabalho, a frequência e a intensidade dos movimentos repetitivos, e a presença de fatores de risco associados.
  • Exame Físico: Avaliação da dor, edema, sensibilidade e amplitude de movimento. Testes específicos, como o teste de Phalen para Síndrome do Túnel do Carpo, podem ser utilizados para confirmação diagnóstica.
  • Exames Complementares: Embora o diagnóstico seja majoritariamente clínico, exames de imagem como ultrassonografia e ressonância magnética podem ser indicados em casos específicos para avaliar o grau de comprometimento das estruturas envolvidas. Eletromiografia pode ser usada para avaliar lesões nervosas, especialmente em casos de Síndrome do Túnel do Carpo.

Tratamento

O tratamento das LER é multidisciplinar e inclui:

  • Medidas Conservadoras: Repouso, modificação das atividades, aplicação de gelo, uso de órteses e imobilizações.
  • Fisioterapia: Exercícios de alongamento, fortalecimento e técnicas de terapia manual são essenciais para a reabilitação.
  • Farmacoterapia: Uso de anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), analgésicos, e, em casos específicos, corticoides para reduzir a inflamação.
  • Reabilitação Ocupacional: Intervenções no ambiente de trabalho, incluindo ergonomia, reorganização das tarefas e programas de reabilitação, são fundamentais para prevenir a recidiva.
  • Tratamento Cirúrgico: Indicado em casos refratários ao tratamento conservador, como na Síndrome do Túnel do Carpo ou tendinites crônicas.

Prevenção

A prevenção das LER é focada na ergonomia e na educação dos trabalhadores:

  • Ergonomia: Adaptação do ambiente de trabalho para minimizar o risco de lesões, incluindo a adequação de móveis, ferramentas e a postura durante o trabalho.
  • Pausas Regulares: Intervalos frequentes durante a realização de atividades repetitivas para permitir a recuperação dos músculos e tendões.
  • Educação e Treinamento: Orientação sobre técnicas corretas de execução das tarefas, alongamentos e fortalecimento muscular.

Prognóstico

O prognóstico das LER varia de acordo com a precocidade do diagnóstico e a adesão ao tratamento. Em geral, a maioria dos pacientes apresenta melhora significativa com tratamento adequado, embora a recuperação completa possa ser prolongada e, em alguns casos, as lesões podem se tornar crônicas se não houver modificação dos fatores de risco.

Considerações Finais

Lesões por Esforço Repetitivo são uma condição prevalente, particularmente em ambientes de trabalho que exigem movimentos repetitivos ou posturas inadequadas. A abordagem multidisciplinar, incluindo medidas de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento adequado, é essencial para o manejo eficaz dessas condições e para a manutenção da qualidade de vida dos pacientes afetados.

Este resumo técnico foi elaborado para auxiliar os estudantes na compreensão detalhada do tema, em preparação para a prova do Revalida 2024/02.

Treine seus Conhecimentos

Questão 1:
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são mais frequentemente causadas por qual dos fatores abaixo?

a) Exposição prolongada a ambientes frios
b) Movimentos repetitivos e posturas inadequadas
c) Traumas agudos em atividades esportivas
d) Infecções bacterianas crônicas
e) Deficiência de vitaminas essenciais

Questão 2:
Qual das condições abaixo NÃO está associada a Lesões por Esforço Repetitivo (LER)?

a) Tendinite
b) Síndrome do Túnel do Carpo
c) Epicondilite Lateral
d) Osteoporose
e) Tenossinovite de De Quervain

Questão 3:
No diagnóstico de Lesões por Esforço Repetitivo (LER), qual exame complementar é frequentemente utilizado para avaliar o comprometimento nervoso, especialmente na Síndrome do Túnel do Carpo?

a) Ultrassonografia
b) Ressonância magnética
c) Eletromiografia
d) Tomografia computadorizada
e) Radiografia simples

Questão 4:
Sobre o tratamento de Lesões por Esforço Repetitivo (LER), qual das seguintes medidas é considerada uma intervenção de primeira linha?

a) Cirurgia
b) Uso de antibióticos
c) Imobilização completa da área afetada por longos períodos
d) Medidas conservadoras e fisioterapia
e) Terapia hormonal

Questão 5:
Qual dos seguintes aspectos é crucial para a prevenção das Lesões por Esforço Repetitivo (LER) no ambiente de trabalho?

a) Administração de suplementos alimentares
b) Aumento da carga de trabalho
c) Treinamento em ergonomia e pausas regulares
d) Uso constante de anti-inflamatórios
e) Redução de horas de sono para aumentar a produtividade

Gabarito Comentado

Questão 1: B
Comentário: As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são causadas principalmente por movimentos repetitivos e posturas inadequadas que geram sobrecarga em estruturas musculoesqueléticas.

Questão 2: D
Comentário: Osteoporose é uma condição óssea que não está relacionada às LER, que envolvem principalmente músculos, tendões e nervos devido a sobrecarga repetitiva.

Questão 3: C
Comentário: A eletromiografia é o exame complementar frequentemente utilizado para avaliar o comprometimento nervoso, como na Síndrome do Túnel do Carpo.

Questão 4: D
Comentário: O tratamento inicial das LER inclui medidas conservadoras e fisioterapia, que são fundamentais para a recuperação e reabilitação do paciente.

Questão 5: C
Comentário: A prevenção das LER no ambiente de trabalho inclui treinamento em ergonomia e pausas regulares para reduzir o risco de desenvolvimento dessas lesões.

Enunciado:
Discuta os principais fatores de risco e as estratégias de prevenção das Lesões por Esforço Repetitivo (LER) no ambiente de trabalho, enfatizando a importância da ergonomia e da educação dos trabalhadores.

Padrão de Resposta

As Lesões por Esforço Repetitivo (LER) são causadas por fatores como movimentos repetitivos, posturas inadequadas e aplicação de força excessiva, muitas vezes exacerbados por condições psicossociais adversas no ambiente de trabalho. A prevenção das LER envolve a implementação de estratégias ergonômicas, como a adaptação de mobiliário e ferramentas, e a reeducação postural dos trabalhadores. Além disso, pausas regulares e programas de educação em saúde ocupacional são essenciais para reduzir a incidência dessas lesões. A conscientização sobre a importância de manter uma postura correta e evitar a repetição excessiva de movimentos pode melhorar significativamente a qualidade de vida dos trabalhadores e reduzir o número de afastamentos por LER.

Artrite Séptica

Artrite séptica é uma infecção aguda das articulações, caracterizada pela invasão de patógenos (mais frequentemente bacterianos) no espaço sinovial. Trata-se de uma emergência médica ortopédica devido ao potencial risco de destruição articular irreversível, levando a deformidades, perda funcional e sepse sistêmica. O diagnóstico precoce e o tratamento imediato são essenciais para prevenir danos articulares permanentes.

Etiologia: A artrite séptica pode ser causada por várias classes de microrganismos, sendo as bactérias o agente etiológico mais comum. A Staphylococcus aureus, incluindo as cepas resistentes à meticilina (MRSA), é o principal patógeno causador em adultos e crianças. Outros microrganismos comuns incluem Streptococcus pneumoniae, Neisseria gonorrhoeae (particularmente em adultos sexualmente ativos), e bacilos gram-negativos como Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa, que podem ser mais comuns em pacientes imunocomprometidos ou idosos.

Fisiopatologia: A infecção pode se disseminar para a articulação através de três vias principais:

  1. Hematogênica, a partir de um foco infeccioso distante (a via mais comum);
  2. Inoculação direta, decorrente de trauma penetrante ou procedimentos cirúrgicos;
  3. Extensão contígua, a partir de uma infecção adjacente, como osteomielite ou celulite.

Uma vez na articulação, os patógenos desencadeiam uma resposta inflamatória intensa, resultando em destruição progressiva da cartilagem articular, necrose sinovial e erosão óssea. As enzimas proteolíticas liberadas pelos neutrófilos ativados contribuem significativamente para esse processo.

Quadro Clínico: A artrite séptica se manifesta classicamente com dor articular intensa de início agudo, acompanhada de:

  • Calor, rubor e edema na articulação afetada;
  • Imobilidade articular (movimento passivo e ativo doloroso);
  • Febre (geralmente acima de 38°C) e outros sinais sistêmicos de infecção, como taquicardia e mal-estar.

Em crianças, o quadro pode ser mais insidioso, com febre de baixo grau e irritabilidade. Nos idosos e pacientes imunocomprometidos, os sinais inflamatórios podem ser menos evidentes.

A articulação mais comumente acometida é o joelho, seguida por quadril, ombro e punho. Em usuários de drogas injetáveis, as articulações esternoclavicular e sacroilíaca podem ser mais frequentemente envolvidas.

Diagnóstico: O diagnóstico de artrite séptica é baseado na combinação do quadro clínico, achados laboratoriais e confirmação microbiológica.

  1. Punção Articular: A análise do líquido sinovial é a ferramenta diagnóstica mais importante. Características do líquido sinovial sugestivas de artrite séptica incluem:
    • Aspecto turvo ou purulento;
    • Contagem de leucócitos elevada (>50.000 células/mm³, com predominância de neutrófilos);
    • Diminuição da glicose sinovial (comparada à glicemia plasmática);
    • Proteínas elevadas.
    A coloração de Gram pode detectar o patógeno em até 50% dos casos, e as culturas sinoviais são positivas em aproximadamente 90% dos casos de artrite bacteriana.
  2. Exames Laboratoriais Sistêmicos:
    • Aumento dos marcadores inflamatórios, como PCR e VHS;
    • Hemoculturas são indicadas em casos suspeitos de disseminação hematogênica e podem ser positivas em até 50% dos casos.
  3. Imagens: Radiografias simples podem mostrar alargamento articular devido ao derrame, mas alterações ósseas e erosões só aparecem em estágios mais avançados. A ultrassonografia é útil para detecção precoce de derrame articular, especialmente em articulações mais profundas, como o quadril. A ressonância magnética é o exame de escolha para avaliar a extensão da infecção em tecidos moles e ossos adjacentes.

Diagnóstico Diferencial: Os diagnósticos diferenciais incluem outras causas de monoartrite aguda, como gota, pseudogota, artrite reativa, artrite reumatoide e hemartrose. O diagnóstico diferencial é feito com base na história clínica, exame físico e achados laboratoriais específicos, como a análise do líquido sinovial e testes sorológicos.

Tratamento: O tratamento da artrite séptica envolve duas abordagens principais:

  1. Antibioticoterapia: A terapia antibiótica empírica deve ser iniciada imediatamente após a coleta do líquido sinovial e hemoculturas. A escolha empírica depende da idade do paciente, comorbidades e fatores de risco:
    • Em adultos saudáveis: cefalosporinas de terceira geração (como ceftriaxona) ou vancomicina (para cobertura de MRSA).
    • Em pacientes com risco de infecção por bacilos gram-negativos (ex: idosos, imunossuprimidos): incluir cobertura para esses patógenos com aminoglicosídeos ou quinolonas. A antibioticoterapia é ajustada com base nos resultados da cultura e teste de sensibilidade.
    O tratamento intravenoso deve ser mantido até que haja melhora clínica significativa, seguido por terapia oral por um período total de 4 a 6 semanas.
  2. Drenagem Articular: A drenagem do líquido sinovial infectado é crítica para o sucesso do tratamento. Pode ser realizada de forma repetida por aspiração articular ou através de artroscopia. Em casos de envolvimento de articulações profundas ou de difícil acesso, como o quadril, a drenagem cirúrgica aberta pode ser necessária.

Prognóstico: O prognóstico da artrite séptica depende do diagnóstico precoce e do início rápido do tratamento. Se tratada de forma adequada, a maioria dos pacientes pode recuperar a função articular sem sequelas significativas. No entanto, atrasos no tratamento podem levar a destruição articular, necessidade de artroplastia, e até mortalidade em casos complicados por sepse sistêmica.

Fatores associados a pior prognóstico incluem idade avançada, comorbidades (ex.: diabetes mellitus, insuficiência renal), articulações previamente danificadas, e infecções causadas por patógenos multirresistentes.

Conclusão: Artrite séptica é uma emergência ortopédica que requer intervenção imediata. O manejo adequado envolve diagnóstico rápido através de punção articular e início de antibioticoterapia empírica, seguido de drenagem articular. O reconhecimento precoce e o tratamento apropriado são essenciais para evitar danos irreversíveis e melhorar os desfechos clínicos.

Treine Seus Conhecimentos

Questão 1:
Qual dos seguintes microrganismos é o agente etiológico mais comum da artrite séptica em adultos?
a) Escherichia coli
b) Neisseria gonorrhoeae
c) Staphylococcus aureus
d) Streptococcus pneumoniae
e) Pseudomonas aeruginosa

Questão 2:
Qual das seguintes articulações é a mais frequentemente acometida pela artrite séptica?
a) Quadril
b) Joelho
c) Ombro
d) Punho
e) Esternoclavicular

Questão 3:
Qual exame laboratorial é considerado essencial para o diagnóstico definitivo de artrite séptica?
a) Hemocultura
b) Ressonância magnética
c) Coloração de Gram de escarro
d) Punção de líquido sinovial
e) Ultrassonografia articular

Questão 4:
Qual das seguintes características do líquido sinovial é mais sugestiva de artrite séptica?
a) Alta contagem de linfócitos
b) Baixa concentração de proteínas
c) Elevada contagem de neutrófilos
d) Glicose elevada em relação ao plasma
e) Ausência de células inflamatórias

Questão 5:
Qual é o tratamento empírico inicial mais adequado para um adulto saudável com suspeita de artrite séptica?
a) Amoxicilina
b) Vancomicina
c) Ceftriaxona
d) Azitromicina
e) Ciprofloxacina

Gabarito Comentado

Questão 1: c) Staphylococcus aureus
Comentário: Staphylococcus aureus é o patógeno mais comum causador de artrite séptica em adultos, incluindo cepas resistentes à meticilina (MRSA).

Questão 2: b) Joelho
Comentário: O joelho é a articulação mais frequentemente acometida pela artrite séptica, seguido por outras articulações como quadril e ombro.

Questão 3: d) Punção de líquido sinovial
Comentário: A punção articular para análise do líquido sinovial é o exame diagnóstico mais importante para confirmar a artrite séptica, permitindo a identificação do agente causador e características inflamatórias do líquido.

Questão 4: c) Elevada contagem de neutrófilos
Comentário: Na artrite séptica, o líquido sinovial apresenta uma contagem elevada de leucócitos, predominantemente neutrófilos, indicando uma resposta inflamatória aguda.

Questão 5: c) Ceftriaxona
Comentário: A ceftriaxona é uma escolha empírica comum para o tratamento inicial da artrite séptica em adultos saudáveis, sendo frequentemente combinada com vancomicina para cobrir MRSA até que os resultados das culturas estejam disponíveis.

Questão:
Explique a importância da drenagem articular no tratamento da artrite séptica e descreva as principais opções de drenagem utilizadas, justificando a escolha de cada uma delas.

Padrão de Resposta

A drenagem articular é fundamental no tratamento da artrite séptica, pois remove o líquido purulento, reduz a carga bacteriana e alivia a pressão intra-articular, prevenindo a destruição da cartilagem e as complicações sistêmicas. As principais opções de drenagem incluem a aspiração articular repetida, indicada em casos menos graves e em articulações superficiais, e a artroscopia, que permite visualização direta da articulação e remoção completa do material infectado, sendo preferida em articulações de difícil acesso. Em casos mais complexos ou articulações profundas, como o quadril, pode ser necessária a drenagem cirúrgica aberta, garantindo uma drenagem mais eficaz.

Ademais, confira a programação de revisão dos próximos dias:

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  • 21/08 – Pediatria;
  • 22/08 – Ginecologia e Obstetrícia;
  • 23/08 – Medicina da Família e Comunidade.

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