Revisão de Medicina da Família e Comunidade para Prova Prática Revalida INEP 2024/2

medicina da família e comunidade

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Hoje é o dia da revisão de Medicina da Família e Comunidade, uma área fundamental que abrange duas estações no Revalida INEP: a estação 05 e a estação 10. Nessas estações, vocês se depararão com situações práticas que exigem um sólido conhecimento nessa especialidade. Lembrando que a prova será aplicada neste próximo final de semana.

Além disso, vamos abordar três temas recorrentes nas provas do Revalida, todos cobrados nas últimas três edições do exame e com grande probabilidade de aparecerem novamente nesta edição.

Além disso, estamos preparando um anúncio IMPERDÍVEL para você, candidato do Revalida Inep 2024/2. Logo após a prova prática do próximo domingo, fique sabendo de TUDO através do blog e redes sociais da Recurso Oficial. NÃO PERCA!

Outrossim, os temas escolhidos foram os seguintes:

  • Febre Amarela
  • Esquistossomose
  • Ansiedade

Febre Amarela – Medicina da Família e Comunidade

A febre amarela é uma doença viral hemorrágica aguda causada pelo vírus da febre amarela (família Flaviviridae, gênero Flavivirus). É uma doença de notificação compulsória no Brasil e é endêmica em regiões tropicais da África e América do Sul. A transmissão ocorre pela picada de mosquitos infectados, principalmente Aedes aegypti em áreas urbanas e Haemagogus e Sabethes em áreas silvestres.

Epidemiologia

A febre amarela pode ser classificada em três tipos epidemiológicos:

  1. Febre Amarela Urbana: Transmitida pelo Aedes aegypti. Caracteriza-se pela ocorrência de surtos em áreas urbanas.
  2. Febre Amarela Silvestre: Transmitida por mosquitos Haemagogus e Sabethes em áreas florestais. Humanos adquirem a infecção ao entrarem nessas áreas.
  3. Febre Amarela Intermediária: Uma forma intermediária onde há transmissão em áreas de transição entre zonas urbanas e silvestres.

Patogênese

Após a picada do mosquito infectado, o vírus se multiplica nos linfonodos e se dissemina pelo sangue, causando viremia. O período de incubação varia de 3 a 6 dias. A doença pode evoluir em três fases:

  1. Fase Inicial (Infecciosa):
    • Sintomas: Febre alta, cefaleia intensa, mialgia, náusea, vômitos, e prostração.
    • Sinais: Hepatomegalia dolorosa, injeção conjuntival, rubor facial.
  2. Fase de Remissão:
    • Pode ocorrer uma aparente melhora dos sintomas após 3 a 4 dias, dando uma falsa impressão de recuperação.
  3. Fase Tóxica:
    • Ocorre em aproximadamente 15% dos casos.
    • Sintomas: Icterícia, insuficiência hepática e renal, hemorragias (gengivorragia, epistaxe, hematêmese, melena), choque e falência de múltiplos órgãos.
    • Sinais: Icterícia, oligúria, manifestações hemorrágicas, alteração do estado mental.

Diagnóstico

O diagnóstico da febre amarela é baseado em:

  1. Clínica e Epidemiologia: História de viagem para áreas endêmicas, exposição a mosquitos.
  2. Laboratorial:
    • Exames específicos: RT-PCR (Reação em Cadeia da Polimerase via Transcriptase Reversa), isolamento viral em cultura de células, e sorologia (IgM e IgG específicos).
    • Exames inespecíficos: Hemograma (leucopenia, plaquetopenia), provas de função hepática (transaminases elevadas, bilirrubinas elevadas), coagulograma (tempo de protrombina prolongado), função renal (creatinina elevada).

Tratamento

Não há tratamento antiviral específico para a febre amarela. A abordagem terapêutica é baseada em cuidados de suporte, que incluem:

  1. Hidratação Venosa: Manutenção do balanço hídrico.
  2. Controle de Hemorragias: Transfusão de componentes sanguíneos conforme necessário.
  3. Suporte Hepático e Renal: Monitorização rigorosa e intervenção precoce em casos de insuficiência hepática e renal.
  4. Medidas de Proteção: Isolamento em unidade de terapia intensiva para prevenir infecções secundárias e controle de vetores.

Prevenção

A principal medida preventiva é a vacinação, recomendada para todas as pessoas que residem ou viajam para áreas endêmicas. A vacina contra a febre amarela é altamente eficaz e geralmente é administrada em dose única, conferindo imunidade de longo prazo.

Vacinação:

  • Contraindicada em imunocomprometidos, gestantes (a não ser que o risco de infecção seja alto), crianças menores de 6 meses, e pessoas com histórico de reação alérgica grave a componentes da vacina.
  • Recomendação de reforço vacinal conforme orientação das autoridades de saúde, principalmente em situações de surtos.

Controle de Vetores:

  • Eliminação de criadouros de mosquitos, especialmente em áreas urbanas.
  • Uso de repelentes, roupas de manga longa, e mosquiteiros em áreas endêmicas.

Educação em Saúde:

  • Informar a população sobre os sintomas, modos de transmissão e medidas de prevenção.

Considerações Finais

A febre amarela continua a ser uma preocupação de saúde pública em áreas endêmicas e de risco. A vigilância epidemiológica, vacinação em massa, controle de vetores, e medidas de suporte aos pacientes são essenciais para a prevenção e manejo eficaz da doença. Para os profissionais de saúde, é crucial manter-se atualizado sobre as recomendações e protocolos de manejo da febre amarela, contribuindo para a redução da mortalidade e morbidade associada a essa doença.

Esta revisão serve como um guia abrangente para a preparação de médicos para o Revalida INEP, reforçando a importância do conhecimento técnico e científico no manejo de doenças infecciosas de relevância pública.

Esquistossomose – Medicina da Família e Comunidade

A esquistossomose, também conhecida como bilharzíase, é uma doença parasitária causada por trematódeos do gênero Schistosoma. As espécies mais comuns que infectam humanos são Schistosoma mansoni, Schistosoma haematobium, e Schistosoma japonicum. Esta revisão abordará a etiologia, patogênese, quadro clínico, diagnóstico, tratamento e prevenção da esquistossomose, com foco nas implicações clínicas relevantes para a prática médica.

Etiologia e Ciclo de Vida

A esquistossomose é transmitida através do contato com água doce contaminada com cercárias, a forma larval do parasita. As cercárias penetram na pele humana, transformando-se em esquistossômulos que migram pelo sistema circulatório até alcançar os vasos sanguíneos mesentéricos ou vesicais, dependendo da espécie. Os vermes adultos vivem nos vasos sanguíneos onde acasalam e produzem ovos. Os ovos são excretados pelas fezes ou urina do hospedeiro, continuando o ciclo quando encontram um hospedeiro intermediário, como caramujos do gênero Biomphalaria (para S. mansoni).

Patogênese

A patogênese da esquistossomose está associada principalmente à resposta imunológica do hospedeiro aos ovos depositados nos tecidos. Os ovos liberam antígenos que causam uma reação inflamatória granulomatosa, levando à fibrose e formação de granulomas. As manifestações clínicas variam conforme a carga parasitária e a resposta imunológica do hospedeiro.

Quadro Clínico

A apresentação clínica da esquistossomose pode ser dividida em fases aguda e crônica.

Fase Aguda (Dermatite Cercariana e Síndrome de Katayama)

  • Dermatite Cercariana: Ocorre logo após a penetração das cercárias, caracterizada por prurido e erupção cutânea no local de penetração.
  • Síndrome de Katayama: Observada principalmente em indivíduos não expostos previamente, manifestando-se semanas após a infecção inicial. Os sintomas incluem febre, calafrios, mialgia, cefaleia, diarreia e linfadenopatia.

Fase Crônica

A esquistossomose crônica pode levar a complicações específicas de acordo com a espécie envolvida:

  • Esquistossomose Mansônica (S. mansoni): Caracterizada por fibrose periportal, hipertensão portal, esplenomegalia e varizes esofágicas. A fibrose hepática, também conhecida como fibrose de Symmers, é uma característica patognomônica.
  • Esquistossomose Hematóbia (S. haematobium): Principalmente afeta o trato urinário, causando hematúria, disúria, calcificação da bexiga, e pode levar a carcinoma de células escamosas da bexiga.
  • Esquistossomose Japônica (S. japonicum): Pode causar uma ampla gama de manifestações clínicas, incluindo hipertensão portal, lesões hepáticas e complicações neurológicas devido à deposição de ovos no sistema nervoso central.

Diagnóstico

O diagnóstico de esquistossomose é baseado na identificação de ovos de Schistosoma nas fezes ou urina através de métodos parasitológicos como:

  • Exame parasitológico de fezes: Método de Kato-Katz para S. mansoni.
  • Exame de urina: Filtração ou sedimentação para S. haematobium.
  • Sorologia: Detecção de anticorpos contra antígenos de Schistosoma.
  • Imagem: Ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética (RM) podem ser úteis para avaliar complicações como fibrose hepática e hipertensão portal.

Tratamento

O tratamento da esquistossomose baseia-se no uso de agentes antiparasitários, sendo o praziquantel a droga de escolha, administrado em dose única de 40 mg/kg para S. mansoni e S. haematobium e 60 mg/kg para S. japonicum. O tratamento é eficaz na eliminação dos vermes adultos, reduzindo a carga parasitária e prevenindo complicações.

Prevenção e Controle

As medidas de prevenção e controle incluem:

  • Controle de caramujos: Interrupção do ciclo de vida do Schistosoma através da redução da população de hospedeiros intermediários.
  • Saneamento básico: Melhoria das condições sanitárias e acesso a água potável para evitar a contaminação de corpos d’água.
  • Educação em saúde: Campanhas educativas para conscientizar a população sobre os riscos da exposição à água contaminada.
  • Tratamento em massa: Programas de quimioterapia em massa para populações em áreas endêmicas.

A esquistossomose continua sendo um problema de saúde pública em muitas regiões do mundo, especialmente em áreas com saneamento inadequado. O manejo eficaz da doença requer uma abordagem multifacetada, incluindo diagnóstico precoce, tratamento adequado, e medidas preventivas robustas. A compreensão detalhada da biologia do parasita, patogênese e manejo clínico é essencial para os profissionais de saúde, especialmente aqueles que se preparam para o Revalida INEP.

Ansiedade – Medicina da Família e Comunidade

A ansiedade é uma condição psíquica caracterizada por uma sensação de apreensão, tensão ou mal-estar, frequentemente acompanhada por sintomas somáticos como sudorese, taquicardia e tremores. É uma resposta natural ao estresse, mas quando se torna excessiva e persistente, pode ser classificada como um transtorno de ansiedade, interferindo significativamente na qualidade de vida do paciente.

Epidemiologia

Os transtornos de ansiedade são comuns, afetando aproximadamente 18% da população adulta em algum momento da vida. É mais prevalente em mulheres e frequentemente comórbido com outros transtornos psiquiátricos, como depressão e abuso de substâncias.

Etiologia

A ansiedade pode ser causada por uma combinação de fatores genéticos, biológicos, ambientais e psicológicos. Disfunções nos sistemas neurotransmissores, como a serotonina, norepinefrina e GABA, têm sido implicadas. Fatores estressores ambientais, traumas precoces e uma predisposição genética também desempenham um papel importante.

Classificação

Os principais tipos de transtornos de ansiedade incluem:

  1. Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Caracteriza-se por preocupação excessiva e incontrolável sobre diversas atividades ou eventos, ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses.
  2. Transtorno do Pânico (TP): Marcado por ataques de pânico recorrentes e inesperados, acompanhados por medo intenso e sintomas físicos como palpitações, sudorese e sensação de falta de ar.
  3. Fobias Específicas: Medo irracional e desproporcional de objetos ou situações específicas, que levam à evitação ativa.
  4. Transtorno de Ansiedade Social (TAS): Medo intenso de situações sociais ou de desempenho, onde o indivíduo teme ser julgado ou humilhado.
  5. Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Presença de obsessões (pensamentos intrusivos e indesejados) e/ou compulsões (comportamentos repetitivos ou mentais realizados para reduzir a ansiedade).
  6. Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT): Desenvolve-se após exposição a um evento traumático, com sintomas que incluem reexperiência do trauma, evitação de estímulos associados ao trauma, e hiperexcitabilidade.

Diagnóstico

O diagnóstico dos transtornos de ansiedade é clínico, baseado em critérios do DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais). A avaliação deve incluir uma anamnese detalhada e a aplicação de escalas de avaliação, como a Hamilton Anxiety Rating Scale (HAM-A) e a Generalized Anxiety Disorder 7 (GAD-7).

Tratamento

O tratamento da ansiedade pode incluir abordagens farmacológicas e não farmacológicas:

  1. Farmacoterapia:
    • Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS): São frequentemente a primeira linha de tratamento para diversos transtornos de ansiedade. Exemplos incluem fluoxetina, sertralina e escitalopram.
    • Inibidores da Recaptação de Serotonina e Norepinefrina (IRSN): Como venlafaxina e duloxetina, também são eficazes.
    • Benzodiazepínicos: Podem ser usados a curto prazo para alívio sintomático, mas possuem risco de dependência.
    • Outros: Buspirona e pregabalina são alternativas em casos específicos.
  2. Psicoterapia:
    • Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): É a intervenção psicoterapêutica mais eficaz, focando na identificação e modificação de padrões de pensamento e comportamento disfuncionais.
    • Terapias de Exposição: Utilizadas especialmente para fobias específicas e transtorno de ansiedade social.
  3. Abordagens Complementares:
    • Exercícios Físicos: Atividades aeróbicas regulares têm demonstrado benefícios na redução da ansiedade.
    • Técnicas de Relaxamento: Meditação, ioga e mindfulness podem ser úteis como tratamentos adjuvantes.

Prognóstico

O prognóstico dos transtornos de ansiedade varia. Muitos pacientes respondem bem ao tratamento, embora alguns possam ter sintomas crônicos e recorrentes. A adesão ao tratamento e o manejo adequado de comorbidades são essenciais para um bom desfecho.

A ansiedade é um transtorno comum e tratável. A compreensão de sua etiologia, diagnóstico e opções de tratamento é crucial para médicos que prestam cuidados a pacientes com esta condição. Abordagens individualizadas que combinam farmacoterapia e psicoterapia são frequentemente necessárias para alcançar o controle ótimo dos sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Caso Prático 1: Diagnóstico e Manejo da Febre Amarela

Enunciado do Caso:

Você está atuando como médico em uma unidade básica de saúde em uma região endêmica para febre amarela. Um paciente masculino, de 35 anos, apresenta-se ao serviço com queixa de febre alta há 4 dias, associada a cefaleia intensa, mialgia, náusea e vômitos. Ele relata ter retornado recentemente de uma viagem a uma área de mata fechada na região norte do país.

História Clínica:

  • Idade: 35 anos
  • Sexo: Masculino
  • História de viagem: Recentemente visitou uma área endêmica de febre amarela.
  • Sintomas: Febre alta (39°C), cefaleia intensa, mialgia, náusea, vômitos.
  • História médica: Sem comorbidades conhecidas, sem uso de medicações regulares.
  • História de vacinação: Não recorda ter sido vacinado contra febre amarela.

Exame Físico:

  • Sinais vitais: FC 100 bpm, FR 18 irpm, PA 120/80 mmHg, T 39°C.
  • Exame geral: Estado geral comprometido, desidratado, icterícia leve.
  • Exame abdominal: Hepatomegalia dolorosa à palpação.
  • Exame de pele: Rubor facial, sem evidências de sangramentos.

Perguntas do Caso:

  1. Quais são os principais diagnósticos diferenciais a serem considerados neste caso?
  2. Quais exames laboratoriais e de imagem são indicados para confirmar o diagnóstico de febre amarela?
  3. Descreva o manejo inicial deste paciente, considerando a suspeita de febre amarela.
  4. Quais medidas de controle e prevenção devem ser adotadas para evitar a disseminação da doença?

Respostas Esperadas:

  1. Diagnósticos diferenciais:
    • Dengue
    • Leptospirose
    • Malária
    • Hepatites virais (A, B, C)
    • Outras febres hemorrágicas virais
  2. Exames laboratoriais e de imagem:
    • Hemograma completo (leucopenia, plaquetopenia)
    • Função hepática (ALT, AST, bilirrubinas)
    • Função renal (creatinina, ureia)
    • Coagulograma (tempo de protrombina, INR)
    • RT-PCR para febre amarela
    • Sorologia para febre amarela (IgM e IgG)
    • Isolamento viral em cultura de células (se disponível)
    • Ultrassonografia abdominal (avaliar hepatomegalia e alterações hepáticas)
  3. Manejo inicial:
    • Hidratação venosa para correção da desidratação
    • Monitorização hemodinâmica e controle de febre
    • Manejo das complicações hepáticas e renais
    • Controle de sangramentos (transfusão de componentes sanguíneos se necessário)
    • Isolamento em unidade de terapia intensiva se evolução para fase tóxica
  4. Medidas de controle e prevenção:
    • Notificação compulsória do caso às autoridades de saúde
    • Vacinação de contatos próximos e da população local se não vacinados
    • Controle de vetores (eliminar criadouros de mosquitos, uso de repelentes)
    • Educação em saúde para a população sobre prevenção e sintomas da febre amarela

Caso Prático 2: Complicações da Febre Amarela e Intervenção Terapêutica

Enunciado do Caso:

Uma paciente feminina de 28 anos foi admitida na unidade de terapia intensiva com histórico de febre alta, icterícia e hemorragias. Ela é residente de uma área urbana e relata que não foi vacinada contra febre amarela. Os sintomas iniciaram há 7 dias com febre e mal-estar geral, progredindo para icterícia e vômitos com sangue nas últimas 48 horas.

História Clínica:

  • Idade: 28 anos
  • Sexo: Feminino
  • História de vacinação: Não vacinada contra febre amarela
  • Sintomas: Febre alta, icterícia, hematêmese, melena, prostração
  • História médica: Sem comorbidades conhecidas

Exame Físico:

  • Sinais vitais: FC 110 bpm, FR 22 irpm, PA 90/60 mmHg, T 38.5°C.
  • Exame geral: Estado geral grave, desidratada, icterícia marcada.
  • Exame abdominal: Hepatomegalia dolorosa.
  • Exame de pele: Petéquias, equimoses, sangramento gengival.

Perguntas do Caso:

  1. Qual é a fase da doença em que a paciente se encontra e quais são as principais complicações associadas?
  2. Quais intervenções terapêuticas são indicadas para o manejo das complicações apresentadas?
  3. Como deve ser realizada a monitorização contínua da paciente na UTI?
  4. Quais são as medidas de suporte que podem ser implementadas para prevenir a progressão da falência de múltiplos órgãos?

Respostas Esperadas:

  1. Fase da doença:
    • A paciente se encontra na fase tóxica da febre amarela.
    • Principais complicações: insuficiência hepática, insuficiência renal, hemorragias, choque.
  2. Intervenções terapêuticas:
    • Hidratação venosa intensiva para manutenção do volume intravascular
    • Transfusão de plasma fresco congelado, plaquetas, e crioprecipitado para controle de hemorragias
    • Administração de agentes vasopressores se necessário para manutenção da pressão arterial
    • Hemodiálise em casos de insuficiência renal
    • Terapia com vitamina K para correção de coagulopatias
  3. Monitorização contínua na UTI:
    • Monitorização hemodinâmica invasiva (PA invasiva, débito cardíaco)
    • Avaliação contínua da função hepática e renal (ALT, AST, bilirrubinas, creatinina, ureia)
    • Monitorização de parâmetros laboratoriais (hemograma, coagulograma)
    • Monitorização do balanço hídrico rigoroso (entrada e saída de líquidos)
  4. Medidas de suporte:
    • Manutenção de normotermia (uso de antipiréticos)
    • Prevenção de infecções secundárias (uso de antibióticos profiláticos se indicado)
    • Suporte nutricional (nutrição enteral ou parenteral conforme tolerância)
    • Fisioterapia respiratória e motora para evitar complicações associadas à imobilidade

Esses casos práticos servem para avaliar a capacidade dos candidatos em diagnosticar, manejar e prevenir complicações da febre amarela, utilizando conhecimentos técnicos e científicos adequados para a prática clínica.

Caso Prático 1: Diagnóstico e Manejo de Esquistossomose Mansônica

Contextualização do Caso

Paciente masculino, 35 anos, trabalhador rural, residente em área endêmica de esquistossomose no nordeste do Brasil, apresenta queixa de dor abdominal e aumento do volume abdominal. Relata episódios de hematêmese e melena nos últimos três meses. Há história de contato frequente com água de riachos para atividades de pesca e irrigação. O paciente não apresenta comorbidades conhecidas e nega uso de medicamentos regulares.

Exame Clínico

  • Inspeção: Icterícia leve, presença de circulação colateral abdominal.
  • Palpação: Hepatomegalia e esplenomegalia dolorosas.
  • Percussão: Ascite presente.
  • Ausculta: Murmúrio vesicular presente e simétrico, sem adventícios pulmonares.

Exames Complementares

  • Exame parasitológico de fezes: Método de Kato-Katz positivo para ovos de Schistosoma mansoni.
  • Ultrassonografia abdominal: Fibrose hepática periportal (fibrose de Symmers), esplenomegalia e varizes esofágicas.
  • Hemograma: Anemia normocítica normocrômica, leucocitose leve, plaquetopenia.
  • Bioquímica sanguínea: Enzimas hepáticas elevadas (AST, ALT), bilirrubina total e direta aumentadas.

Questões para o Candidato

  1. Diagnóstico: Baseado nos achados clínicos e laboratoriais, qual o diagnóstico provável para este paciente?
  2. Patogênese: Explique o mecanismo patogênico que leva às complicações observadas no paciente.
  3. Conduta Terapêutica: Quais são as medidas terapêuticas imediatas e a longo prazo que devem ser instituídas para o manejo deste paciente?
  4. Prevenção: Quais medidas de prevenção e controle da esquistossomose você recomendaria para a comunidade do paciente?

Respostas Esperadas

  1. Diagnóstico: Esquistossomose mansônica crônica com hipertensão portal.
  2. Patogênese: A reação inflamatória granulomatosa aos ovos de Schistosoma mansoni leva à fibrose periportal (fibrose de Symmers), que resulta em hipertensão portal, esplenomegalia, varizes esofágicas e ascite.
  3. Conduta Terapêutica:
    • Imediata: Controle da hemorragia digestiva (endoscopia digestiva alta com ligadura elástica das varizes), manejo da ascite (restrição de sódio, diuréticos).
    • A longo prazo: Tratamento antiparasitário com praziquantel (40 mg/kg em dose única), acompanhamento regular com ultrassonografia, possível necessidade de intervenção cirúrgica para hipertensão portal (TIPS ou cirurgia de derivação).
  4. Prevenção: Melhoria do saneamento básico, controle de caramujos, educação em saúde, quimioterapia em massa nas populações de áreas endêmicas.

Caso Prático 2: Diagnóstico e Abordagem de Esquistossomose Hematóbia

Contextualização do Caso

Paciente feminina, 42 anos, agricultora, residente em uma região endêmica de esquistossomose no sul da África, procura atendimento médico devido a hematúria persistente e disúria nos últimos seis meses. Ela menciona exposição frequente a águas de lagoas e rios para atividades domésticas e de cultivo. Relata cansaço e perda de peso não intencional nos últimos meses. Sem histórico de comorbidades.

Exame Clínico

  • Inspeção: Palidez cutânea e conjuntival.
  • Palpação: Sensibilidade suprapúbica leve.
  • Percussão: Sem anormalidades.
  • Ausculta: Murmúrio vesicular presente e simétrico, sem ruídos adventícios.

Exames Complementares

  • Exame de urina: Hematúria macroscópica, presença de ovos de Schistosoma haematobium.
  • Cistoscopia: Lesões granulomatosas na parede vesical, com áreas de calcificação.
  • Ultrassonografia do trato urinário: Espessamento da parede da bexiga e hidronefrose leve no rim esquerdo.
  • Hemograma: Anemia microcítica hipocrômica.
  • Bioquímica sanguínea: Função renal normal.

Questões para o Candidato

  1. Diagnóstico: Qual é o diagnóstico provável com base na apresentação clínica e nos achados laboratoriais?
  2. Complicações: Quais são as possíveis complicações associadas à forma crônica da doença no trato urinário?
  3. Tratamento: Qual é o tratamento de escolha para esta paciente e quais medidas adicionais devem ser tomadas?
  4. Prevenção e Controle: Quais estratégias de prevenção e controle da esquistossomose hematóbia são recomendadas para a região endêmica onde a paciente reside?

Respostas Esperadas

  1. Diagnóstico: Esquistossomose hematóbia crônica.
  2. Complicações: Calcificação da bexiga, estenose ureteral, hidronefrose, insuficiência renal crônica, carcinoma de células escamosas da bexiga.
  3. Tratamento:
    • Tratamento antiparasitário com praziquantel (40 mg/kg em dose única).
    • Monitoramento regular com cistoscopia e ultrassonografia.
    • Tratamento da anemia com suplementação de ferro e dieta adequada.
    • Avaliação e manejo de complicações urológicas (por exemplo, alívio da obstrução ureteral se necessário).
  4. Prevenção e Controle: Melhorar o acesso ao saneamento básico, controle de hospedeiros intermediários (caramujos), educação em saúde pública, e programas de quimioterapia em massa para populações em áreas endêmicas.

Caso Prático 1: Diagnóstico e Manejo de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)

Contexto Clínico

Paciente feminina, 35 anos, professora, comparece à consulta relatando sensação constante de apreensão e preocupação excessiva há cerca de oito meses. Refere dificuldade para controlar esses pensamentos, que se estendem a diversos aspectos de sua vida, como desempenho profissional, saúde pessoal e de familiares. Os sintomas são diários, causando significativo sofrimento e interferindo em suas atividades diárias. Paciente apresenta histórico de insônia, fadiga, irritabilidade e dificuldade de concentração.

História Clínica

  • Histórico Pessoal: Sem doenças crônicas conhecidas. Relata episódios de ansiedade leve desde a adolescência, sem tratamento prévio. Nega uso de substâncias psicoativas.
  • Histórico Familiar: Mãe com diagnóstico de depressão e pai com histórico de abuso de álcool.
  • Exame Físico: Dentro dos limites da normalidade.

Tarefas do Candidato

  1. Anamnese e Avaliação: Conduzir uma anamnese detalhada focada em sintomas ansiosos, história pessoal e familiar, hábitos de vida e uso de substâncias. Utilizar a Generalized Anxiety Disorder 7 (GAD-7) para avaliação quantitativa dos sintomas.
  2. Diagnóstico Diferencial: Identificar e discutir possíveis diagnósticos diferenciais, incluindo outros transtornos de ansiedade, depressão e condições médicas que podem mimetizar sintomas ansiosos (ex.: hipertireoidismo).
  3. Plano de Manejo: Elaborar um plano de manejo abrangente, incluindo intervenções farmacológicas e não farmacológicas. Justificar a escolha de um ISRS como primeira linha de tratamento e discutir alternativas. Incluir recomendações para psicoterapia (TCC) e estratégias de autogerenciamento (ex.: técnicas de relaxamento).
  4. Acompanhamento: Planejar o seguimento do caso, destacando a importância do monitoramento dos sintomas e adesão ao tratamento. Estabelecer critérios para ajuste terapêutico e referências a outros profissionais, se necessário.

Resolução Esperada

O candidato deve demonstrar capacidade de coletar informações relevantes através de uma anamnese estruturada, aplicar corretamente instrumentos de avaliação de ansiedade, formular um diagnóstico preciso e propor um plano de manejo baseado em evidências. A interação com o paciente deve ser empática, garantindo um ambiente seguro e de confiança.


Caso Prático 2: Ataque de Pânico Agudo em Ambiente de Emergência

Contexto Clínico

Paciente masculino, 28 anos, bancário, é trazido ao pronto-socorro por familiares devido a um episódio súbito de intensa ansiedade, acompanhado de palpitações, sudorese, tremores, sensação de falta de ar e medo de morrer. Os sintomas iniciaram-se subitamente enquanto estava no trabalho e persistem há cerca de 20 minutos. Paciente nunca teve episódios semelhantes, mas relata um período recente de estresse intenso no trabalho.

História Clínica

  • Histórico Pessoal: Sem comorbidades conhecidas. Nega uso de medicamentos contínuos. Relata consumo ocasional de álcool e nega uso de outras substâncias.
  • Histórico Familiar: Pai com histórico de doença cardíaca.
  • Exame Físico: Paciente ansioso, agitado, com FC 110 bpm, PA 150/90 mmHg, FR 22 irpm, SpO2 98% em ar ambiente. Exame cardiovascular e pulmonar sem alterações significativas.

Tarefas do Candidato

  1. Anamnese e Avaliação Inicial: Conduzir uma anamnese focada em identificar possíveis gatilhos e fatores predisponentes. Realizar um exame físico detalhado e interpretar os sinais vitais. Diferenciar os sintomas de um ataque de pânico de outras condições médicas agudas (ex.: infarto do miocárdio, embolia pulmonar).
  2. Diagnóstico e Manejo Imediato: Formular o diagnóstico de ataque de pânico agudo. Descrever as medidas de manejo imediato, incluindo suporte emocional, técnicas de respiração e, se necessário, administração de benzodiazepínico de curta ação.
  3. Plano de Seguimento: Discutir a importância de um seguimento adequado, incluindo encaminhamento para avaliação psiquiátrica ou psicológica. Orientar sobre a identificação de gatilhos e manejo de sintomas futuros. Explicar a importância de uma abordagem multifacetada, incluindo terapias farmacológicas e psicoterapêuticas.
  4. Educação ao Paciente: Informar ao paciente sobre o transtorno do pânico, desmistificar o episódio e fornecer orientações sobre como buscar ajuda em situações futuras.

Resolução Esperada

O candidato deve demonstrar habilidade em reconhecer rapidamente um ataque de pânico, excluir condições médicas emergentes, e proporcionar um manejo adequado e seguro no ambiente de emergência. Além disso, deve ser capaz de planejar um seguimento apropriado e educar o paciente sobre sua condição, promovendo um entendimento claro e estratégias para prevenção de novos episódios.

Por fim, confira a programação de revisão dos próximos dias:

  • 09/12 – Clínica Médica – Já foi publicado, clique aqui;
  • 10/12 – Cirurgia Geral – Já foi publicado, clique aqui.
  • 11/12 – Pediatria – Já foi publicado, clique aqui.
  • 12/12 – Ginecologia e Obstetrícia, clique aqui.

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