Hoje é o dia da revisão de Pediatria, uma área fundamental que abrange duas estações no Revalida INEP: a estação 03 e a estação 08. Nessas estações, vocês se depararão com situações práticas que exigem um sólido conhecimento nessa especialidade. Lembrando que a prova será aplicada neste próximo final de semana.
Vamos abordar três temas recorrentes nas provas do Revalida, todos cobrados nas últimas três edições do exame e com grande probabilidade de aparecerem novamente nesta edição.
Os temas escolhidos foram os seguintes:
- Mão-pé-boca
- Asma
- Idade óssea
Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) – Pediatria

Definição e Etiologia
A Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) é uma doença viral comum em pediatria, caracterizada por febre e erupções vesiculares em mãos, pés e boca. É causada principalmente pelo vírus Coxsackie A16 e, menos frequentemente, pelo Enterovírus 71. Esses vírus pertencem à família dos Picornaviridae e ao gênero Enterovirus, que inclui diversos patógenos humanos.
Epidemiologia
A SMPB ocorre em surtos, especialmente em creches e escolas, afetando predominantemente crianças menores de 10 anos. A transmissão se dá principalmente por via fecal-oral, respiratória e por contato direto com secreções de vesículas. A incidência é maior nos meses de verão e início do outono.
Patogênese
O vírus entra no organismo através do trato respiratório superior ou trato gastrointestinal, replicando-se inicialmente nos tecidos linfoides da faringe e intestino. Após a replicação inicial, ocorre viremia, permitindo a disseminação do vírus para a pele e mucosas, onde causa as características lesões vesiculares.
Manifestações Clínicas
- Febre: Geralmente é o primeiro sintoma, variando de febre baixa a alta.
- Exantema: Vesículas pequenas, ovaladas, com bordas eritematosas localizadas nas palmas das mãos, plantas dos pés e região perioral. Lesões podem surgir também em glúteos e região genital.
- Lesões Orais: Vesículas dolorosas na mucosa oral, incluindo língua, gengivas, e palato, que podem se ulcerar.
- Sintomas Sistêmicos: Pode haver anorexia, mal-estar, dor de garganta e, ocasionalmente, dor abdominal e diarreia.
Diagnóstico
O diagnóstico é clínico, baseado na apresentação típica de febre, exantema e lesões orais. Em casos atípicos ou complicados, a confirmação pode ser feita através de isolamento viral em cultura de fezes, secreções da garganta ou líquido das vesículas. Métodos moleculares como a RT-PCR são úteis para a identificação específica do vírus envolvido.
Diagnóstico Diferencial
Outras doenças virais com exantema devem ser consideradas, incluindo:
- Varicela
- Herpes simples
- Impetigo
- Erupção de Kawasaki
- Estomatite herpética
Tratamento
Não há tratamento específico antiviral para SMPB. A abordagem é sintomática, incluindo:
- Antipiréticos para febre e desconforto (paracetamol ou ibuprofeno).
- Manutenção da hidratação oral adequada.
- Alívio da dor oral com soluções anestésicas tópicas.
Prevenção e Controle
A prevenção se baseia em boas práticas de higiene, como:
- Lavagem frequente das mãos, especialmente após troca de fraldas e uso do banheiro.
- Desinfecção de superfícies e objetos compartilhados.
- Isolamento de indivíduos infectados durante a fase aguda da doença.
Complicações
Embora a SMPB seja autolimitada, complicações podem ocorrer, especialmente com o Enterovírus 71, incluindo:
- Encefalite
- Meningite asséptica
- Miocardite
- Paralisia flácida aguda
Prognóstico
O prognóstico é geralmente bom, com resolução espontânea dos sintomas em 7 a 10 dias. Complicações graves são raras, mas devem ser monitoradas, especialmente em surtos envolvendo Enterovírus 71.
A SMPB é uma condição viral comum e altamente contagiosa em crianças, caracterizada por febre e lesões vesiculares em mãos, pés e boca. O diagnóstico é clínico, e o tratamento é sintomático. Medidas preventivas são essenciais para controlar a disseminação do vírus em ambientes comunitários. A maioria dos casos tem um curso benigno e autolimitado, mas é crucial estar atento às possíveis complicações neurológicas e cardíacas associadas, especialmente em infecções por Enterovírus 71.
Asma em Crianças – Revisão Pediatria
A asma é uma doença crônica das vias aéreas caracterizada por inflamação e hiper-responsividade brônquica, levando a episódios recorrentes de sibilância, dispneia, opressão torácica e tosse. Estes episódios são frequentemente desencadeados por fatores como infecções virais, alérgenos, poluentes e exercício físico.
Epidemiologia
A prevalência da asma em crianças varia de acordo com a localização geográfica, influências ambientais e fatores genéticos. Em geral, a prevalência global da asma pediátrica está em torno de 10%, com variações significativas entre os países.
Fisiopatologia
A asma resulta de uma complexa interação entre predisposição genética e exposição ambiental. Os mecanismos fisiopatológicos incluem:
- Inflamação das vias aéreas: Presença de eosinófilos, mastócitos e linfócitos T, resultando na liberação de mediadores inflamatórios como histamina, leucotrienos e citocinas.
- Hiper-responsividade brônquica: Aumento da reatividade das vias aéreas a diversos estímulos.
- Remodelamento das vias aéreas: Alterações estruturais nas vias aéreas, incluindo hipertrofia do músculo liso e aumento da deposição de colágeno.
Diagnóstico
O diagnóstico de asma em crianças é clínico e baseia-se na história e exame físico, complementado por testes funcionais quando possível. Critérios diagnósticos incluem:
- História clínica: Episódios recorrentes de sibilância, tosse, dispneia e opressão torácica, especialmente à noite ou após exercício.
- Exame físico: Presença de sibilos na ausculta pulmonar, que podem ser intermitentes.
- Teste de função pulmonar: Espirometria mostrando obstrução reversível das vias aéreas após broncodilatador (a partir de 6 anos).
- Teste de broncoprovocação: Útil em casos duvidosos para avaliar hiper-responsividade brônquica.
Classificação
A asma pode ser classificada pela frequência e gravidade dos sintomas em:
- Intermitente: Sintomas menos de duas vezes por semana, sem limitações nas atividades diárias.
- Persistente leve: Sintomas mais de duas vezes por semana, mas menos de uma vez por dia.
- Persistente moderada: Sintomas diários e necessidade de uso de beta-agonistas de curta ação.
- Persistente grave: Sintomas contínuos, com limitações significativas nas atividades diárias e frequentes exacerbações noturnas.
Manejo
O manejo da asma em crianças envolve estratégias não farmacológicas e farmacológicas.
Estratégias não farmacológicas
- Educação: Esclarecer a natureza da doença e o uso correto dos medicamentos.
- Controle ambiental: Reduzir a exposição a alérgenos e irritantes (ex: ácaros, fumaça de cigarro).
- Planos de ação: Instruções escritas para manejo de exacerbações e monitoramento domiciliar.
Tratamento farmacológico
O tratamento farmacológico é baseado na gravidade da asma e pode incluir:
- Beta-agonistas de curta duração (SABA): Alívio rápido dos sintomas.
- Corticosteroides inalatórios (ICS): Primeira linha para controle a longo prazo em asma persistente.
- Beta-agonistas de longa duração (LABA): Usados em combinação com ICS para controle de sintomas persistentes moderados a graves.
- Antileucotrienos: Alternativa para crianças com dificuldades no uso de inaladores ou como adjuvante.
Exacerbações
O manejo das exacerbações inclui:
- Avaliação da gravidade: Utilizar escalas de gravidade específicas (ex: PRAM, PIM).
- Oxigenação: Administração de oxigênio para manter saturação ≥ 92%.
- Broncodilatadores: Beta-agonistas de curta duração, administrados via nebulização ou inalador com espaçador.
- Corticosteroides sistêmicos: Prednisolona ou dexametasona em casos moderados a graves.
- Monitoramento: Observação clínica e reavaliação frequente para decidir necessidade de hospitalização.
Prognóstico
O prognóstico da asma em crianças é variável. Muitos pacientes podem apresentar uma melhora significativa ou mesmo resolução dos sintomas na adolescência, embora alguns possam continuar a ter asma na idade adulta. Fatores como controle adequado da doença e adesão ao tratamento são cruciais para um bom prognóstico.
Portanto, a asma em crianças é uma condição comum que requer uma abordagem multidisciplinar para seu manejo eficaz. Enquanto isso, o conhecimento profundo dos mecanismos fisiopatológicos, critérios diagnósticos e opções de tratamento é essencial para otimizar o cuidado e melhorar a qualidade de vida dos pacientes pediátricos.
Idade Óssea – Revisão Pediatria

A avaliação da idade óssea é um componente essencial na prática pediátrica para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes. A idade óssea fornece uma medida objetiva do desenvolvimento esquelético, que pode ser comparada com a idade cronológica para detectar distúrbios do crescimento e maturação.
Definição e Importância
A idade óssea, ou maturação esquelética, refere-se ao grau de desenvolvimento dos ossos de uma criança. A determinação precisa da idade óssea é crucial para:
- Avaliar e monitorar o crescimento normal e o desenvolvimento puberal.
- Diagnosticar e gerenciar desordens do crescimento, como baixa estatura, puberdade precoce ou retardada.
- Prever a altura adulta final.
- Tomar decisões terapêuticas em endocrinopatias pediátricas.
Métodos de Avaliação
Radiografia de Mão e Punho Esquerdo
O método mais comum para a avaliação da idade óssea é a radiografia da mão e punho esquerdo. Esta técnica baseia-se na comparação da imagem radiográfica com padrões de referência. Os dois sistemas mais utilizados são:
- Método de Greulich-Pyle: Envolve a comparação direta da radiografia com um atlas de imagens padrão.
- Método de Tanner-Whitehouse (TW2 e TW3): Avalia cada osso individualmente e atribui uma pontuação que é convertida em idade óssea.
Radiografia de Cotovelo e Outras Áreas
Para crianças muito pequenas, onde a ossificação dos ossos da mão não é suficiente para uma avaliação precisa, a radiografia de cotovelo ou outras áreas pode ser utilizada.
Fatores Influenciando a Idade Óssea
Genéticos
A genética desempenha um papel significativo na determinação da idade óssea. Crianças com histórico familiar de crescimento retardado ou acelerado podem apresentar discrepâncias na idade óssea.
Endocrinopatias
Desordens endócrinas, como deficiência de hormônio de crescimento, hipotireoidismo, hiperplasia adrenal congênita e puberdade precoce, podem afetar significativamente a maturação óssea.
Condições Sistêmicas
Doenças crônicas como insuficiência renal, doenças cardíacas congênitas e malnutrição podem levar a um atraso na maturação óssea.
Interpretação dos Resultados
A interpretação da idade óssea deve considerar a idade cronológica e a história clínica do paciente. Portanto, uma discrepância significativa entre a idade óssea e cronológica pode indicar:
- Avanço da Idade Óssea: Pode ser observado em casos de puberdade precoce, hiperplasia adrenal congênita ou excesso de hormônio de crescimento.
- Atraso da Idade Óssea: Pode ser encontrado em casos de deficiência de hormônio de crescimento, hipotireoidismo ou doenças crônicas.
Aplicações Clínicas
Predição da Altura Adulta
Outrossim, a idade óssea é uma ferramenta crucial na predição da altura adulta final. Métodos como o de Bayley-Pinneau utilizam a idade óssea para estimar a altura adulta com base em tabelas de crescimento.
Monitoramento Terapêutico
A idade óssea é utilizada para monitorar a resposta ao tratamento em várias condições, como a terapia de hormônio de crescimento em crianças com deficiência desse hormônio ou o tratamento de puberdade precoce com análogos de GnRH.
Portanto, a avaliação da idade óssea é um instrumento fundamental na pediatria para a avaliação do crescimento e desenvolvimento esquelético. Enquanto isso, o uso apropriado das técnicas de radiografia e a interpretação correta dos resultados são essenciais para a identificação e manejo das desordens do crescimento em crianças e adolescentes. O conhecimento profundo dessas técnicas e sua aplicação clínica são cruciais para a prática pediátrica eficaz.
Treine Seus Conhecimentos
Caso Prático 1 – Mão-pé-boca:
Histórico Clínico: Paciente do sexo masculino, 3 anos, é trazido ao consultório por sua mãe, que relata febre alta há 2 dias, associada a irritabilidade e diminuição do apetite. Há 24 horas, surgiram lesões na boca, nas mãos e nos pés. A mãe também menciona que algumas crianças na creche que seu filho frequenta apresentaram sintomas semelhantes recentemente.
Exame Físico:
- Temperatura: 38,5°C
- Orofaringe: Presença de vesículas pequenas e úlceras dolorosas em língua, gengivas e mucosa bucal.
- Pele: Vesículas pequenas, ovaladas, com bordas eritematosas nas palmas das mãos e plantas dos pés. Algumas lesões também presentes na região glútea.
Tarefas:
- Realize uma anamnese dirigida para confirmar o diagnóstico clínico de Síndrome Mão-Pé-Boca.
- Explique à mãe as medidas de manejo e tratamento sintomático para o seu filho.
- Oriente sobre as medidas de prevenção para evitar a disseminação do vírus.
Orientação ao Examinador:
- Avaliar a habilidade do candidato em conduzir uma anamnese completa e dirigida, buscando informações sobre contatos recentes, início e progressão dos sintomas, e presença de casos semelhantes na comunidade.
- Observar se o candidato explica claramente o manejo sintomático, incluindo a administração de antipiréticos, cuidados com a hidratação, e o uso de soluções anestésicas tópicas para alívio da dor oral.
- Verificar se o candidato menciona medidas de prevenção como a lavagem frequente das mãos, desinfecção de superfícies e isolamento temporário da criança até a resolução dos sintomas.
Caso Prático 2: – Mão-pé-boca
Histórico Clínico: Paciente do sexo feminino, 4 anos, é trazida ao pronto-socorro com febre de 39°C, dor de garganta e lesões dolorosas na boca há 2 dias. Os pais relatam que a criança se recusa a comer e beber devido à dor. Enquanto isso, eles mencionam que na escola há um surto de uma doença que causa lesões na boca, mãos e pés.
Exame Físico:
- Temperatura: 39,2°C
- Orofaringe: Múltiplas vesículas pequenas e úlceras na mucosa oral, principalmente na língua e palato.
- Pele: Lesões vesiculares nas palmas das mãos e plantas dos pés, algumas lesões disseminadas na região das nádegas.
- Estado geral: Criança irritada, chorosa e com sinais de desidratação leve (mucosas secas, olhos ligeiramente encovados).
Tarefas:
- Realize um exame físico detalhado, focando nas lesões cutâneas e orais, além de avaliar o estado de hidratação da paciente.
- Estabeleça o diagnóstico de Síndrome Mão-Pé-Boca e diferencie de outras doenças exantemáticas pediátricas.
- Elabore um plano de tratamento e manejo, incluindo medidas para alívio dos sintomas e orientação sobre hidratação.
- Explique aos pais sobre as possíveis complicações e quando buscar atendimento médico novamente.
Orientação ao Examinador:
- Avaliar a capacidade do candidato em realizar um exame físico detalhado e preciso, identificando corretamente as características das lesões.
- Observar se o candidato consegue diferenciar SMPB de outras condições, como varicela, herpes simples e impetigo, baseado na distribuição e características das lesões.
- Verificar se o candidato propõe um plano de manejo adequado, incluindo antipiréticos, cuidados com hidratação oral (uso de soluções reidratantes orais se necessário) e medidas para alívio da dor.
- Avaliar a habilidade do candidato em comunicar efetivamente com os pais, fornecendo informações claras sobre o curso da doença, sinais de alerta para complicações e a importância de medidas de prevenção para evitar a transmissão.
Caso Prático 1: Diagnóstico e Manejo de Asma em Criança
Contexto Clínico: Paciente do sexo masculino, 7 anos, apresenta queixas recorrentes de tosse noturna, dificuldade para respirar, e episódios de chiado no peito há cerca de seis meses. A mãe relata que os sintomas são mais frequentes à noite e após atividade física. Além disso, não há história de febre ou perda de peso. O paciente possui histórico familiar de alergias, e a mãe é asmática.
Histórico Médico:
- História Clínica: Paciente apresenta episódios de tosse seca e sibilância pelo menos duas vezes por semana, com sintomas que pioram à noite e ocasionalmente interrompem o sono. A mãe relata que os sintomas são desencadeados por exercício físico e exposição a poeira.
- Exame Físico: Ausculta pulmonar revela sibilos expiratórios bilaterais. Não há sinais de desconforto respiratório grave no momento da consulta.
Teste de Função Pulmonar:
- Espirometria: Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo (VEF1) de 70% do previsto, com melhora de 15% após administração de broncodilatador.
Diagnóstico Proposto:
- Asma persistente leve
Plano de Manejo:
- Educação: Explicar aos pais sobre a natureza crônica da asma, a importância do controle ambiental e adesão ao tratamento.
- Controle Ambiental: Reduzir exposição a alérgenos, como poeira e pelos de animais.
- Tratamento Farmacológico:
- Corticosteroide Inalatório (ICS): Prescrição de budesonida ou beclometasona em dose baixa.
- Beta-agonista de Curta Duração (SABA): Prescrição de salbutamol para uso como medicação de resgate em caso de exacerbações.
- Plano de Ação para Asma: Fornecer plano de ação por escrito, incluindo instruções claras para uso dos medicamentos e identificação de sinais de exacerbação grave.
Questões para o Candidato:
- Quais são os principais critérios diagnósticos para confirmar asma nesta criança?
- Explique a importância do uso de corticosteroides inalatórios no manejo de asma persistente leve.
- Quais medidas você recomendaria aos pais para minimizar a exposição a fatores desencadeantes?
Caso Prático 2: Manejo de Exacerbação Aguda de Asma em Criança
Contexto Clínico: Inicialmente, paciente do sexo feminino, 5 anos, apresenta-se ao pronto-socorro com queixa de dispneia intensa, tosse persistente e chiado no peito iniciado há cerca de 24 horas. A mãe relata que a criança teve um resfriado recente e que os sintomas de asma têm se tornado mais frequentes. Outrossim, a paciente já tem diagnóstico prévio de asma e usa medicação de manutenção regularmente.
Histórico Médico:
- História Clínica: Paciente com história de asma moderada persistente, em uso regular de corticosteroide inalatório e beta-agonista de longa duração.
- Exame Físico: Paciente em desconforto respiratório moderado, frequência respiratória de 35 incursões por minuto, sibilos audíveis bilateralmente e uso de musculatura acessória.
Avaliação Inicial:
- Saturação de O2: 90% em ar ambiente.
- Pico de Fluxo Expiratório (PFE): 50% do melhor valor pessoal conhecido.
Intervenções Imediatas:
- Oxigenoterapia: Administração de oxigênio suplementar para manter saturação ≥ 92%.
- Broncodilatadores: Nebulização com salbutamol (beta-agonista de curta duração) e ipratrópio (anticolinérgico) a cada 20 minutos durante a primeira hora.
- Corticosteroides Sistêmicos: Administração de prednisolona oral ou dexametasona intramuscular.
Reavaliação Após 1 Hora:
- Melhora Clínica Parcial: Redução da frequência respiratória para 28 incursões por minuto, saturação de O2 em 94% com oxigênio suplementar, sibilos ainda presentes mas diminuídos.
Questões para o Candidato:
- Descreva a abordagem inicial e os principais objetivos no manejo de uma exacerbação aguda de asma em crianças.
- Explique a importância do uso de corticosteroides sistêmicos durante uma exacerbação grave.
- Quais critérios você usaria para decidir sobre a necessidade de hospitalização desta paciente?
Discussão do Caso: Logo, o candidato deve demonstrar compreensão da abordagem sistemática para manejo de exacerbações agudas de asma, incluindo a importância da administração rápida e adequada de broncodilatadores e corticosteroides, bem como a monitorização contínua da resposta clínica. O entendimento do manejo a longo prazo, incluindo a educação dos pais e ajuste da terapia de manutenção, também deve ser avaliado.
Caso Prático 1: Avaliação de Puberdade Precoce – Pediatria
Contexto Clínico
Uma menina de 7 anos é trazida ao consultório pela mãe, preocupada com o desenvolvimento de características sexuais secundárias, incluindo crescimento de pelos pubianos e aumento do volume mamário. A mãe relata que os sinais começaram há cerca de seis meses. Ademais, a menina é a primeira filha e não há histórico familiar de puberdade precoce. O crescimento da criança parece acelerado em comparação aos colegas de mesma idade.
Anamnese
- Histórico Clínico: Não há histórico de doenças crônicas, cirurgias ou hospitalizações prévias. A menina teve um desenvolvimento normal até o momento.
- Histórico Familiar: Sem antecedentes de puberdade precoce ou desordens endocrinológicas na família.
- Sintomas Atuais: Desenvolvimento de pelos pubianos e aumento do volume mamário nos últimos seis meses.
Exame Físico
- Peso e Altura: A menina encontra-se no percentil 90 para a altura e peso.
- Características Sexuais Secundárias: Presença de pelos pubianos Tanner estágio II e desenvolvimento mamário Tanner estágio II.
- Avaliação Geral: Ausência de outras anormalidades.
Exames Complementares
- Radiografia de Mão e Punho Esquerdo: Para avaliação da idade óssea.
- Dosagem Hormonal: Níveis de LH, FSH, estradiol, e outros hormônios relacionados.
Resultado dos Exames
- Idade Óssea: Correspondente a 9 anos.
- Níveis Hormonais: LH e FSH elevados para a idade cronológica.
Discussão
Logo, a discrepância entre a idade óssea (9 anos) e a idade cronológica (7 anos) sugere um avanço na maturação esquelética, compatível com o diagnóstico de puberdade precoce central. É indicado encaminhamento para endocrinologista pediátrico para avaliação e possível tratamento com análogos de GnRH.
Questões
- Qual é a importância da avaliação da idade óssea neste caso clínico?
- Quais são os possíveis tratamentos para a puberdade precoce central e como a idade óssea influencia as decisões terapêuticas?
Caso Prático 2: Avaliação de Baixa Estatura – Pediatria
Contexto Clínico
Um menino de 12 anos é trazido ao consultório pelos pais, preocupados com sua estatura significativamente menor em comparação aos colegas da mesma idade. Ele sempre foi um dos mais baixos da turma e recentemente os pais notaram que o crescimento parece ter desacelerado. Outrossim, o menino não apresenta outras queixas relevantes.
Anamnese
- Histórico Clínico: O menino não possui histórico de doenças graves, mas teve episódios frequentes de amigdalite na infância. Está em uso de antibióticos esporádicos para infecções respiratórias.
- Histórico Familiar: Pai com baixa estatura (1,65 m) e mãe com estatura normal (1,60 m).
- Sintomas Atuais: Principal queixa é a baixa estatura.
Exame Físico
- Peso e Altura: Percentil 5 para a altura, percentil 10 para o peso.
- Características Sexuais Secundárias: Tanner estágio I.
- Avaliação Geral: Sem outras anormalidades.
Exames Complementares
- Radiografia de Mão e Punho Esquerdo: Para avaliação da idade óssea.
- Dosagem Hormonal: Níveis de hormônio do crescimento, IGF-1, TSH e T4 livre.
Resultado dos Exames
- Idade Óssea: Correspondente a 10 anos.
- Níveis Hormonais: IGF-1 e hormônio do crescimento nos limites inferiores da normalidade. TSH e T4 livre normais.
Discussão
A idade óssea atrasada em relação à idade cronológica (10 anos versus 12 anos) sugere um possível diagnóstico de retardo constitucional do crescimento e da puberdade (RCCP). É importante diferenciar RCCP de outras causas de baixa estatura, como deficiência de hormônio de crescimento. Enquanto isso, abordagem inicial pode incluir observação e acompanhamento do crescimento, com considerações para tratamento hormonal, se indicado.
Questões
- Como a discrepância entre a idade óssea e cronológica auxilia no diagnóstico diferencial de baixa estatura?
- Quais são os critérios para iniciar tratamento com hormônio de crescimento em crianças com baixa estatura e como a idade óssea influencia essa decisão?
Por fim, confira a programação de revisão dos próximos dias:
- 09/12 – Clínica Médica – Já foi publicado, clique aqui;
- 10/12 – Cirurgia Geral – Já foi publicado, clique aqui.
- 12/12 – Ginecologia e Obstetrícia;
- 13/12 – Medicina da Família e Comunidade.
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